sábado, 31 de outubro de 2009

Reunião dos representantes regionais do SAV durante - CMOVC











FOTOS - CMOVC

Pe. França Miranda
Dom Esmeraldo


Dom Dario

Pe. Paulo


Ir. Gervis e Ir. Maria Luiza








REUNIÃO - CMOVC


7ª Reunião conjunta da Comissão dos ministérios e Vida Consagrada


26 a 29 de outubro estiveram reunidos em Aparecida – SP os representantes dos organismos da CNBB (CMOVC). Teve início com o almoço às 12H00, e às 14H30 a oração de abertura na capela do Seminário Santo Afonso, em seguida o Pe. Reginaldo nos convidou a fazer memória das atividades realizadas ou a realizar-se. Dirigimo-nos para a sala de conferencias e seguiu-se a apresentação dos representantes dos vários organismos dos Regionais da Igreja no Brasil. Os bispos responsáveis pelos organismos dando abertura ao encontro se expressaram dizendo:Dom Esmeraldo bispo de Santarém-PA– Igreja precisa caminhar em comunhão, e, não se pode cada um caminhar separadamente, é preciso olhar os grupo dos discípulos e os discípulos de Emaús, para voltar à comunidade e dar testemunho da missão. Fiquei meditando enquanto lia o Evangelho e percebendo que a Palavra nos dá o rumo, ela ilumina, é sacramento para que na comunhão com Jesus Cristo façamos à experiência do crucificado e da ressurreição que fortalece e anima. Olhar o povo que sofre em nossas comunidades e deixar-se animar por elas. Comunidades que vivem quase sozinhas porque falta padres para assistir. É muito enriquecedor quando depois de viajar várias horas de barco, encontra comunidades animadas e que já não se lembra quando o sacerdote esteve por lá. Essas comunidades nos alertam para a missão. Essas realidades são sofrimentos que nos interpelam. Aí somente pela força da Palavra a nos sustentar que podemos continuar o caminho, é o ressuscitado que nos conduz à missão. É preciso pensar na possibilidade de doar da pobreza que se tem. A Igreja particular precisa abrir-se à missionariedade.Dom Leornardo – São Felix do Xingu – a palavra a palavra e a palavra, mas sem a Palavra não se compreendia a Palavra. Quando a Palavra se faz presente então as palavras são entendidas, vividas (discípulos de Emaús). Que a Palavra possa acontecer entre nós nesses dias.Dom Sérgio – Araçatuba-SP - aos poucos vai-se sentido cada vez mais a atenção primorosa à Palavra. Com esse ano sacerdotal, deve-se levar às comunidades a encontrar e meditar a Palavra, para que ela possa ir ecoando entre nós.Pe. França Miranda assessor da reunião desenvolveu o tema: “Igreja particular”. Eis algumas frases destacadas por ele: A Igreja como sacramento, sinal de salvação. Pensamos muito na proclamação da Palavra, e da administração dos sacramentos. A igreja é sinal da salvação na medida em que dá testemunho de vida em cristo, pelas relações humanas vividas diferentemente daquelas do mundo. A estrutura deve garantir a presença de Deus no meio do povo. E não enrijecer-se para que atrela o povo em estruturas pesadas. Para mostrar que tenho fé eu participo da vida da Igreja, da eucaristia, da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Assim estou participando da minha própria morte e ressurreição. Se não tenho fé, não sou cristão, tudo isso se torna um teatro. Mas se sou cristão tudo isto se torna muito exigente para mim, uma vez que a partir daí sou chamado a viver e dar testemunho da vida mesma de Cristo que participo. Paixão, morte e ressurreição que experimento na vivencia da fé que a igreja me dá, transmite.Nos outros dias aconteceu as reuniões por organismos, partilha das atividades, informação sobre o congresso Eucarístico, congresso Vocacional, escolha do tema do mês vocacional de 2011, data para a reunião do próximo ano e avalição.

sábado, 10 de outubro de 2009

Resultado do Concurso Latino Americano e Caribenho de Pastoral Vocacional

O Concurso para o Hino oficial do II Congresso Latino Americano e Caribenho de Pastoral Vocacional teve o seguinte resultado:
1º Lugar......Lança as redes...Autor: Hênio dos Santos Silva.....BRASIL
2º Lugar......Lança as redes cantando....Autor: Fernando Moser.......ARGENTINA
3º Lugar......Tuas redes Senhor.....Autores: Mauricio
e Marcelo Valdivia Gallardo.......CHILE
Canción Grupo País
Echa tu barca Grupo Tribu de Dios República Dominicana
Echaré las redes al mar Fernando Farfán México
Echaré las redes Coro Parroquial NS Guadalupe Honduras
En tu nombre echaré las redes Silvia Corbalán Argentina
En tu nombre Ángela Marín Colombia
Hazme fuerte María Dolores Cepeda México
Lançai vossas redes Gabriel Guainresi Brasil
Lançar as redes Karen Dias Brasil
Lanza las redes cantando Wilson Vargas Bolivia
Me has llamado Cesar Cruz Estados Unidos
Pescador de hombres Grupo Uzyel Puerto Rico
Rabí Alex Bustos Chile

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Proposta de atividades para o Ano Sacerdotal

Obs: Essas propostas são da Arquidiocese de Belo Horizonte e podem muito nos ajudar a prepararmos nossas atividades do Ano Sacerdotal. Peço que leiam e pensem o que fazer em nossas Dioceses e Prelazias.

Ano Sacerdotal19 de junho de 2009
a 19 de Junho de 2010
Fidelidade de Cristo, fidelidade do Sacerdote!


Oração pelas Vocações

"Jesus, mestre divino,que chamastes os Apóstolos a vos seguirem,continuai a passar pelos nossos caminhos,pelas nossas famílias, pelas nossas escolase continuai a repetir o convite a muitos de nossos jovens.Dai coragem às pessoas convidadas.Dai força para que vos sejam fiéis como apóstolos leigos,como diáconos, padres e bispos,como religiosos e religiosas,para o bem do Povo de Deus e de toda a humanidade.Amém." Papa Paulo VI

Sugestões de atividades:

1. Famílias
O primeiro lugar aonde as vocações ao sacerdócio e a vida religiosa são cultivadas é na família.A família é uma Igreja doméstica. A primeira Igreja que uma criança encontra. No dia do Batismo os pais recebem a missão de educarem seus filhos na fé para que eles cresçam na adesão a Jesus Cristo. Os pais cristãos e comprometidos com a igreja poderiam acolher as seguintes sugestões destinadas a criarem um clima vocacional em seus lares:
1.1 - Participar com a família da Missa Dominical;1.2 - Cultivar a oração diária em família;1.3 - Incluir a oração pelas vocações na oração familiar;1.4 - Participar dos Grupos Bíblicos em Família;1.5 - Falar sempre com respeito dos sacerdotes e religiosos/as;1.6 - Ter cuidado e ser construtivo no modo de expressarem críticas a Igreja. Não toleraro humor que deprecia a vida religiosa e sacerdotal;1.7 - Convidar o pároco ou religioso/a de sua paróquia a fazer uma visita a sua casa;1.8 - Animar os filhos adolescentes a se envolverem em projetos paroquiais, sociais e decaridade;1.9 - Ajudar as crianças a entenderem com palavras e atos que a fé é importante;1.10 - Ter atitudes positivas em relação a vida de oração, o serviço a Deus e ahumanidade;1.11 - Permitir aos filhos verem o exemplo de pais que vivem uma vida cristã sériasegundo o ensinamento do Evangelho;1.12 - Animar os filhos a lerem no Novo Testamento a resposta de Maria (Lc 1, 26-39)e dos Apóstolos ao chamado de Jesus (Mt 4, 18-22);1.13 - Participar com toda família de uma ordenação sacerdotal ou de uma profissãoreligiosa;1.14 - Responder com atenção as perguntas que os filhos fazem a respeito da vidasacerdotal e religiosa;1.15 - Falar com o cônjuge sobre os sentimentos e reações que teriam se um de seusfilhos escolhesse a vocação sacerdotal ou religiosa;1.17 - Acolher com alegria as manifestações dos filhos interessados na vocaçãosacerdotal e religiosa.
2. Arcebispo e Bispo
2.1 - Incentivar a formação de equipes de pastoral vocacional em todas as paróquias ecomarcas;2.2 - Escrever breve carta às famílias sobre o tema das vocações;2.3 - Escrever breve carta às crianças sobre o tema das vocações. Esta carta será usadanos encontros de catequese, nos grupos de coroinhas, infância missionária...2.4 - Escrever breve carta aos jovens sobre o tema das vocações. Esta carta será usadanos encontros de crismandos, retiros e grupos de jovens;2.5 - Gravar spots com mensagens vocacionais para as rádios e programas católicos;2.6 - Gravar breve mensagem vocacional em vídeo para ser apresentada na catequese ena evangelização dos jovens;2.7 - Publicar textos das homilias proferidas durante as ordenações presbiterais;2.8 - Ressaltar o tema das vocações nas visitas pastorais, missas patronais e celebraçõesda crisma.
3. Presbíteros
Sejamos conscientes de que somos os melhores promotores da vocação sacerdotal. Nuncadevemos menosprezar o impacto que podemos ter em futuras vocações. Deus pode nos usar para plantar sementes de futuras vocações através do que falamos e fazemos, especialmente quando nossas palavras e ações estão arraigadas na oração e no amor.Não há porque temer aqueles que podem dizer “não” a nossa proposta vocacional. Só Deusconhece seus corações e sabe o que tem planejado para eles. Nós propomos a vocação e deixamos o resto à graça de Deus e a livre resposta das pessoas.A seguir, apresentamos uma lista de iniciativas que os presbíteros podem tomar com o objetivode promover as vocações ao ministério presbiteral em suas paróquias e escolas:
3.1 - Fidelidade a oração: Missa diária, leitura Orante da Bíblia, liturgia das horas ecelebração freqüente da reconciliação;3.2 - Fidelidade ao celibato, obediência ao Bispo, comunhão com o presbitério, apoio aequipe de formadores e ouvidos atentos as necessidades do povo de Deus;3.3 - Preparar homilias e pregações nas quais se trate de temas vocacionais;3.4 - Testemunhar a beleza do sacerdócio católico em cada atividade da vida diária;3.5 - Lançar convites corajosos aos rapazes e moças que poderiam ser bons sacerdotes ereligiosas;3.6 - Convidar as pessoas a quem se dá o primeiro anúncio nos retiros e em outrosencontros de espiritualidade a considerarem a possibilidade de serem futuros sacerdotesou religiosos/as;3.7 - Pedir a todos os crismandos de sua paróquia para considerarem a possibilidade deum chamado de Deus a vocação sacerdotal ou religiosa;3.8 - Contar a sua história vocacional nos grupos de jovens, nas homilias e nas salas deaula ou de catequese;3.9 - Oferecer direção espiritual aos jovens que estão interessados na fé e que poderiamser, no futuro, bons presbíteros e religiosos/as;3.10 - Pedir as crianças da paróquia e das escolas para que rezem pelas vocações eestejam abertas aos chamados de Deus;3.11 - Oferecer frequentemente a missa pelo aumento e a santificação dos sacerdotes;3.12 - Cultivar uma relação fraterna com outros presbíteros através da amizade e daoração;3.13 - Ajudar a pastoral vocacional, os seminários e as congregações a divulgarem osretiros de discernimento e encontros vocacionais; enviar a estes encontros jovens de suaparóquia que possam estar abertos a vocação sacerdotal;3.14 - Ter literatura vocacional ao alcance das mãos, na secretaria paroquial;3.15 - Convidar jovens a participarem de ordenações sacerdotais e profissões religiosas.3.16 - Animar os fiéis a se comprometerem com uma oração diária pelo aumento dasvocações em nossa Arquidiocese. Orações, trabalhos, sofrimentos e alegrias podemtambém ser oferecidas a Deus pelas vocações;3.17 - Visitar as famílias que tem candidatos a vida sacerdotal ou religiosa, eacompanhar o discernimento vocacional desses jovens;3.18 - Incentivar os fiéis da paróquia a serem benfeitores dos nossos seminários.3.19 - Fazer campanhas de doações em favor dos seminários;3.20 - Cultivar mais o entrosamento com os leigos;3.21 - Testemunhar e conscientizar o povo sobre o valor do ministério presbiteral;3.22 - Ter contatos freqüentes com os jovens;3.23 - Visitar as famílias e escolas;3.24 - Levar ao menos um jovem para o encontrão vocacional no seminário deAzambuja;3.25 – Reconhecer com humilde os próprios erros.
4. Pastoral Presbiteral
4.1 - Acompanhar os padres em dificuldade;4.2 - Trabalhar na humanização dos presbíteros;4.3 - Capacitar os padres para mediação de conflitos nas comunidades;4.4 - Organizar a romaria do clero para o Santuário de Aparecida;4.5 - Organizar em um mesmo dia celebrações da Santa Missa em cada cidade daArquidiocese com os padres nascidos naquela cidade;4.6 - Contemplar no retiro do clero temas ligados ao ano sacerdotal;4.7 - Promover a “festa da fidelidade”: uma celebração com a presença de todos ospadres (religiosos e diocesanos), diáconos e religiosos/as que celebram jubileus de vidasacerdotal ou consagrada durante o período do ano sacerdotal;4.8 - Organizar um dia de renovação espiritual para presbíteros no Santuário/Seminário4.9 - Promover nas reuniões do clero momentos de partilha sobre atividades depromoção vocacional que estão sendo realizada nas comunidades.
5. Coordenação Arquidiocesana de Pastoral
5.1 - Organizar o curso do clero sobre a temática das vocações e dos ministérios na vidada Igreja;5.2 - Incentivar a formação de equipes de pastoral vocacional em todas as fornias eparóquias;5.3 - Avaliar o que foi feito pela pastoral vocacional e pelos seminários desde o últimoAno Vocacional (2003).
6. Equipe Arquidiocesana de Coordenação do Ano sacerdotal
6.1 - Elaborar materiais de formação para o ano sacerdotal;6.2 - Preparar uma apresentação em PowerPoint sobre o ano sacerdotal para ser usadonos diversos momentos formativos das comunidades, grupos e pastorais;6.3 - Publicar textos e noticias sobre o ano sacerdotal no Jornal da Arquidiocese;6.4 - Providenciar logomarca, cartazes, folders, banners e outros subsídios para o anosacerdotal.
7. Arquidiocese
7.1 - Realizar uma grande avaliação da realidade interna da Igreja para constatar ascausas da falta de vocações;7.2 - Realizar o terceiro Congresso Vocacional Arquidiocesano no encerramento doano sacerdotal.7.3 - Incentivar a realização do Projeto Orando pelos Sacerdotes da Congregação doClero;7.4 - Formar um grupo de acolhida, estudo e acompanhamento das vocações adultas;7.5 - Dar a devida importância e atenção ao seminário propedêutico.
8.1 - Formar ou fortalecer a Equipe de Pastoral Vocacional em todas asforanias da Arquidiocese;8.2 - Realizar um evento vocacional durante o ano sacerdotal.
9. Paróquias
9.1 - Formar ou fortalecer a Equipe de Pastoral Vocacional em todas as paróquias daArquidiocese;9.2 - Organizar encontros, gincanas, acampamentos, retiros e celebrações vocacionaispara todos os grupos, movimentos e pastorais da comunidade paroquial;9.3 - Promover visitas evangelizadoras às famílias;9.4 - Formar uma equipe paroquial para coordenar e dinamizar Ano Sacerdotal;9.5 - Projetar filmes com temas vocacionais nos encontros com crianças e jovens;9.6 - Promover a animação vocacional nos grupos de jovens;9.7 - Promover um encontro vocacional para os crismandos de toda a paróquia;9.8 - Dar maior formação sobre o tema das vocações para os grupos, pastorais,movimentos e associações das comunidades;9.9 - Trabalhar nas novenas e festas dos padroeiros o tema das vocações;9.10 - Divulgar a vida dos Santos de diversas maneiras. Por exemplo: no jornalparoquial ou escolar, nos murais, com banners, com uma mesa onde se possa venderestampas, imagens e orações aos Santos;9.11 - Celebrar o dia de todos os Santos enfocando os santos de nosso tempo,fundadores e fundadoras de ordens religiosas e todas as pessoas que dão testemunho dafé na vida diária. Pedir aos Santos que intercedam diante do Senhor da messe para queeste envie operários que continuem o seu trabalho na terra;9.12 - Deixar o link da pastoral vocacional nas páginas web da paróquia;9.13 - Animar as famílias a rezarem pelas vocações, por meio de alguma imagemperegrina do Bom Pastor, do Sagrado Coração ou de Nossa Senhora. Enviar junto comestas imagens materiais de divulgação vocacional;9.14 - Ter sempre materiais de divulgação vocacional nos eventos da paróquia;9.15 - Pedir a trinta e um membros da paróquia que se ofereçam como voluntários pararezarem o rosário ou participarem da missa em um dos trinta e um dias do mês dasvocações em nome da paróquia e nas intenções da pastoral vocacional;9.16 - Celebrar com alegria e simplicidade o aniversário de ordenação do Papa, doBispo, do Pároco e dos outros presbíteros que trabalham na paróquia, criando ummomento pedagógico para promover a consciência vocacional;9.17 - No dia de finados, dar uma atenção especial a oração pelos sacerdotes ereligiosos/as defuntos que trabalharam pelo povo de Deus em nossa Arquidiocese;9.18 - Dinamizar a celebração do Dia Mundial de Oração pelas Vocações;9.19 - Instituir um dia semanal de oração pelas vocações no qual se celebre uma missaou hora santa vocacional;9.20- Propor São João Maria Vianney como padroeiro de alguma nova comunidade aser fundada.
10.1 - Incentivar todos os presbíteros a valorizarem e participarem dos retiros
11.Seminários
11.1 - Realizar campanhas vocacionais nas paróquias com a presença dos seminaristas epadres dos seminários;11.2 - Organizar retiros para Jovens nos seminários.
12. CADIP12.1 - Organizar a celebração de uma vigília de oração pelas vocações reunindodiáconos, suas esposas e filhos;12.2 - Abordar o tema vocações nos encontros e retiros diaconais;
13. Comissão Arquidiocesana de Liturgia
13.1 - Oferecer subsídios para missa pelas vocações13.2 - Oferecer subsídios para doze horas santas vocacionais (uma para cada mês doano) para serem usados por todas as paróquias nos momentos semanais de adoração aoSantíssimo Sacramento;13.3 - Preparar um roteiro com uma prece vocacional para cada domingo do ano a seracrescentada na oração dos fiéis;
14. Comissão de música e canto litúrgico
14.1 - Organizar um show vocacional com cantores católicos em parceria com rádioscatólicas e comunidades de vida;14.2 - Preparar CD: com músicas para missas e encontros vocacionais;
15. Conferência dos Religiosos do Brasil –15.1 - Organizar uma peregrinação arquidiocesana de religiosos/as, noviços/as,postulantes e aspirantes ao Santuário N. de Aparecida
16. Grupos Bíblicos em Família
16.1 - Realizar encontros sobre os temas do ano sacerdotal.
17. Pastoral Catequética
17.1 - Promover encontros de formação para catequistas sobre o tema das vocações;17.2 - Incentivar a realização de encontros vocacionais para crismandos em cadaparóquia;17.3 - Realizar visitas de catequizandos aos seminários e casas religiosas daArquidiocese;17.4 - Promover momentos vocacionais em todas as concentrações catequéticasDas Regiões
18. Pastoral dos Coroinhas
18.1 - Incentivar os coordenadores dos grupos a promoverem as vocações específicas;18.2 - Capacitar os coordenadores de coroinhas para o trabalho de animação vocacional.18.3 - Realizar um momento vocacional em todos os encontros de coroinhas;18.4 - Resgatar a história dos sacerdotes, religiosos e religiosas das comunidades.
19. Pastoral do Dízimo
19.1 - Destacar nas suas mensagens escritas, prestações de conta e mensagens nascelebrações que uma significativa parcela dos dízimos é usada na formação dos futurospresbíteros da Arquidiocese.
20. Pastoral Familiar
20.1 - Organizar em todas as paróquias a “festa da fidelidade”: celebração com a presença de todos os casais da paróquia que celebram bodas matrimoniais durante esteano, destacando a família como a fonte de todas as vocações;20.2 - Valorizar as famílias das religiosas e dos presbíteros.
21. Pastoral Vocacional
21.1 - Formar e acompanhar os agentes de pastoral vocacional nas foranias e nasparóquias;21.2 - Elaborar um folder e outros materiais de divulgação sobre as vocações específicasna vida da Igreja.21.3 - Sugerir filmes vocacionais.21.4 - Criar e alimentar um site vocacional da Arquidiocese;21.5 - Fazer visitas de promoção vocacional nas paróquias;21.6 - Dinamizar a celebração dos meses vocacional e missionário.
22. Pastoral da Juventude
22.1 - Organizar eventos da juventude com temática vocacional em todas as comarcas;22.2 - Organizar gincanas vocacionais nas Paróquias;22.3 - Cuidar para que exista maior proximidade entre o jovem e os padres;22.4 - Realizar visitas dos grupos jovens a seminários e casas religiosas.
23. Colégios: católicos, públicos e privados
23.1 - Quando possível realizar visitas da pastoral vocacional aos colégios;23.2 - Realizar maratonas vocacionais nos colégios católicos.23.3 - Proporcionar espaço de reflexão para o estudo das vocações específicas.23.4 - Cuidar para que aconteça maior intercambio entre as paróquias e os colégioscatólicos.
24. Pastoral Universitária
24.1 - Preparar encontros vocacionais e oferecer orientação espiritual para jovens universitários;24.2 - Promover retiros de discernimento vocacional.
25. Movimentos e Novas Comunidades
25.1 - Organizar um encontro vocacional na Vigília de Pentecostes reunindo osmovimentos e as novas comunidades;
26. Home-Page da Arquidiocese
26.1 - Alimentar o site da Arquidiocese com assuntos do ano sacerdotal.
27. Rádios Católicas
27.1 - Ter em sua grade de programação um programa semanal sobre vocações.27.2 - Colocar diariamente spots com mensagens vocacionais durante a programação
28.1 - Servir-se do espaço da missa na TV para divulgar o ano sacerdotal;28.2 - Celebrar missas vocacionais na TV.
29. Livrarias Católicas
29.1 - Solicitar as livrarias católicas que disponibilizem livros e outros materiaisdidáticos sobre o tema das vocações.
30. Casas de Retiro
30.1 - Promover retiros de discernimento vocacional.
31. Jornal da Arquidiocese
31.1 - Reservar espaço para textos e noticias referentes ao ano sacerdotal;31.2 - Promover um concurso de redação sobre o tema das vocações.
32. Jornais Paroquiais
32.1 - Reservar espaço para textos e noticias referentes ao ano sacerdotal;
33. Jornal Missão Jovem
33.1 - Publicar livro sobre São João Maria Vianey.
34. Revistas34.1 - Reservar espaço para textos e noticias referentes ao ano sacerdotal;

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

As EVPs ajudam a mostrar o caminho


A Equipe Vocacional Paroquial (EVP)
Quando abrimos nossa visão e olhamos para frente sentimos necessidade de dar um novo sentido ao trabalho do SAV; não criar uma nova estrutura (o SAV não é uma nova Pastoral), mas olharmos diferente para o trabalho vocacional.
Nesta parte conheceremos a Equipe Vocacional Paroquial (EVP) que dinamiza na Paróquia as atividades do Serviço de Animação Vocacional.
Na Igreja, todos são chamados a rezar e a trabalhar pelas vocações e a Pastoral Vocacional é que “acompanha cuidadosamente todos os que o Senhor chama a servir à Igreja no sacerdócio, na vida consagrada ou no estado leigo.
“A Pastoral Vocacional, é responsabilidade de todo povo de Deus, começa na família e continua na comunidade cristã”. (Aparecida, 314)
Alguns, porém, são chamados de modo especial a trabalhar pelas vocações: são os animadores vocacionais (padres, consagrados e leigos) que, pelo mandato da Igreja desenvolvem um serviço mais direto de Animação Vocacional.
O Serviço de Animação Vocacional exige um trabalho perseverante e organizado.
A equipe Vocacional cria e mantém viva em nossas paróquias um ambiente favorável à descoberta e ao cultivo dos germes da vocação além de “ajudar as crianças e os jovens a descobrir o sentido de sua vida e o projeto que Deus tem para cada um.”(Ibidem)Os membros da Equipe Vocacional Paroquial podem ser escolhidos entre pessoas interessadas na animação vocacional. Nas comunidades onde não é possível constituir uma equipe, escolha-se um casal como animador vocacional, que pode se integrar no Conselho na Paróquia até que estes formem uma equipe, possivelmente com pessoas que ainda não estão envolvidas com alguma atividade na paróquia.

A Equipe Vocacional Paroquial é:
- Um grupo de pessoas que trabalham na comunidade eclesial;- Em profunda sintonia com a Igreja particular (Diocese);- Para auxiliar no surgimento, acompanhamento, facilitar a orientação das vocações:- Leigas (no matrimônio); solteiro ou solteira, leigos consagrados; e vida de ministérios na Igreja;- Ministério Ordenado (diácono, padre e bispo);- Vida Consagrada (masculina e feminina);- Missionária.
O que a EVP precisa saber sobre o SAV?
1. Na Bíblia a vocação é compreendida como missão. Por conseguinte, o Serviço de Animação Vocacional deve apresentar a vocação como a missão que Deus dá a cada um na Igreja;
2. O Serviço de Animação Vocacional deve levar a uma conscientização de que Deus é o sujeito da vocação e que ele chama todos a uma missão;
3. O agente do Serviço de Animação Vocacional deve ter consciência de que a vocação é um dom de Deus e agir em conseqüência;
4. O Serviço de Animação Vocacional deve levar os vocacionados a consciência de que a vocação não é para ele mas para a Igreja;
5. Deus dá a vocação através de mediações. Portanto, o Serviço de Animação Vocacional deve ajudar os vocacionados a tomarem conhecimento destas mediações (acontecimentos, fatos, pessoas...);
6. Deus dá a missão através das necessidades de seu povo. Por conseguinte, o Serviço de Animação Vocacional deve ajudar a olhar a realidade concreta para que todos possam descobrir o chamado de Deus para libertar e fazer comunhão;
7. O Serviço de Animação Vocacional deve despertar e animar ministérios nas comunidades conforme as suas necessidades;
8. O Serviço de Animação Vocacional deve ser abrangente suscitando engajamento a serviço da comunidade e da comunhão nela;
9. O Serviço de Animação Vocacional deve estar em comunhão com todas as pastorais. Movimentos, grupos, cultivando neles a dimensão vocacional;
10. O Serviço de Animação Vocacional deve interessar-se por todas as vocações mediante as quais a Igreja realiza sua missão de evangelizar.

Importante no Serviço de Animação Vocacional:
- Não vale hoje nem o recrutamento, nem a competitividade, nem a manipulação do candidato;- A orientação vocacional só acontece mediante a presença, o contato, o encontro;- Só quem vive os valores do reino pode chamar para seu serviço;- Todos crescemos em nossa resposta, durante toda a vida.Continua...
* coordenador do SAV Diocesano, assessor do SAV do Regional Sul II e reitor do Seminário Diocesano de Teologia
valdeslei@uol.com.br

Em Aparecida do Norte

7ª Reunião Conjunta da Comissão para os Ministérios Ordenados e Vida Consagrada
Local: Seminário Redentorista Santo Afonso
Data: 26 a 29 de Outubro de 2009
Tema de Estudo: "Igreja Particular"
Assessor: Pe. França Miranda

Este é o meu sangue........



terça-feira, 6 de outubro de 2009

Dom Esmeraldo
Presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados
e a Vida Consagrada
e
Acompanhante do SAV Norte2

Conheça Dom Esmeraldo......Dom de Deus para o SAV de nosso Regional

Conheça o nosso Bispo acompanhante

DOM ESMERALDO BARRETO DE FARIAS

· Nasceu no dia 04 de julho de 1949, na cidade de Santo Antônio de Jesus, na Bahia.
· É filho de José Izidoro de Farias e Maria Georgina de Souza Barreto.
· Foi ordenado em 09 de janeiro de 1977 e, nomeado bispo em 22 de março de 2000.
· A ordenação episcopal aconteceu nesse mesmo ano, no dia 11 de junho.
· Em 28 de Fevereiro de 2007, o Papa Bento XVI o nomeou bispo titular da Diocese de Santarém.
· Tomou posse na Diocese no dia 22 de abril de 2007.

Atividades exercidas antes do episcopado
· Vigário da Paróquia do Senhor do Bonfim em Jiquiriça-BA (1977-1992);
· Nesse período assumiu também as Paróquias Sta. Inês e Brejões (1977); Mutuípe (1979-1986);
· Ubaíra (1983-1987);
· Parelhas-RN (1982); Coordenação da Pastoral Rural da Diocese (1983-1990);
· Direção Espiritual no Seminário Maior da Diocese em Ilhéus-BA (1991-1995);
· Coordenação Nacional das Ass. dos Padres do Padro (1991-2000).

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

" Lançar as redes cantando"
CONCURSO LATINOAMERICANO Y CARIBEÑO
“Lanza las redes cantando”


Objetivo

Convocar a compositores –personas naturales y ministerios de música- de América Latina y el Caribe al concurso “lanza las redes cantando”, con el fin de animar el II Congreso Continental Latinoamericano de Vocaciones y ayudar a consolidar, desde la música, la comunión eclesial, en torno a la cultura vocacional”.

Justificación

La música juega un papel importante en la animación vocacional, ella crea comunión y a la vez espacio de oración, quien canta ora dos veces decía san Agustín. Por ello el II congreso continental latinoamericano de vocaciones por realizarse en Costa Rica en 2011 quiere contar con un himno como un elemento de sensibilización en la realización de dicho congreso, además como un elemento que vaya creando comunión y contagiando a las iglesias particulares y los participantes del espíritu del congreso.
Organiza
Consejo Episcopal Latinoamericano –CELAM-

Responsables del concurso:
DEPARTAMENTOS DE• Vocaciones y Ministerios• Comunicación Social

Modalidad:
Canciones basadas en lema, tema y objetivo general del congreso.

Lema:Maestro, en tu nombre echaré las redes Lc 5,5.
Tema:Llamados a lanzar las redes para alcanzar vida plena en Cristo
.

Objetivo General:
Fortalecer la cultura vocacional para que los bautizados asuman su llamado de ser discípulos y misioneros de Cristo en las circunstancias actuales de América Latina y el Caribe.

Envío de sus trabajos a:

Reglamento:
1. El tema es llamados a lanzar las redes para alcanzar vida plena en Cristo.
2. Pueden concursar personas naturales o ministerios de música
3. Letra en español, portugués, inglés, francés. O una combinación de estos idiomas en las diferentes estrofas.
4. Las inscripciones se cierran el 15 de julio 2009. Las inscripciones pueden ser realizadas, sin costo alguno, a través del correo electrónico, o físico, a las siguientes direcciones:a. devym@celam.orgb. vocacionesyministerios@gmail.com c. Cra 5ª N. 118-31, Usaquén. Bogotá, D.C, Colombia
5. Cada persona o ministerio de música, podrá presentar dos canciones, que serán recopiladas para publicar un CD, promovido desde el CELAM.
6. Los trabajos serán enviados antes del 15 de agosto 2009. Después de esta fecha no serán tenidos en cuenta en el concurso. Por lo tanto, será considerado “fecha posterior”, los trabajos que lleguen después del 15 de agosto vía Internet ó por correo físico.
7. Los trabajos deberán enviarse, en sobre de Manila, sellado, a nombre del: Consejo Episcopal Latinoamericano –CELAM- Cra 5ª N. 118-31, Santafé de Bogotá, D.C. Colombia, Usaquén. “Concurso: lanza las redes cantando”. Debe enviarse un CD, letra de las canciones y su respectiva partitura, al hacerlo se están cediendo los derechos de autor al CELAM para que esta institución puede utilizar la letra y música de las canciones sin ninguna responsabilidad legal y económica.
8. Los resultados de los ganadores, serán difundidos a través de nuestro portal http://www.celam.org/ el día 01 de octubre de 2009 y será enviada notificación al correo electrónico de los ganadores
9. El jurado estará conformado por reconocidos compositores de música religiosa, seleccionados por el CELAM, quienes harán la selección de las tres mejores canciones
10. El premio para las personas o ministerios de música ganadores (primero y segundo lugar) consiste en:a. La participación para una de persona, con todos los gastos pagos, en el II Congreso Continental Latinoamericano de Vocaciones, en Costa Rica en febrero del 2011. Si un Ministerio de música resulta ganador, un representante del ministerio representará al grupo en el Congreso. b. Intervención musical en el Congreso, con el tema ganadorc. Todos los participantes recibirán una mención de Honor, de la Presidencia del CELAM por su aporte a la música religiosa del II Congreso Continental Latinoamericano de Vocaciones.d. Publicación las canciones seleccionada en un Cd con la música religiosa del II Congreso Continental Latinoamericano de Vocaciones por parte del CELAM
11. Envíe datos históricos del ministerio de música y el Currículum Vitae de sus integrantes al correo electrónico, igualmente si es persona natural, envíe los datos de su trayectoria musical y el Currículum Vital a las siguientes direcciones.
a. devym@celam.org b. vocacionesyministerio@celam.org
Informe del Departamento de Vocaciones y Ministerios

sábado, 3 de outubro de 2009

Em Belém do Pará, Maria nos convida a fazer o que Jesus mandar.


Oração ao Senhor dos rios e pescador de homens e mulheres.

Senhor dos rios e igarapés,
tu que és o Maior pescador de homens e mulheres para o serviço do Reino,
vem de barco encostar em nossas pontes e trapiches
e chama nossos jovens pelo nome ou apelido
para te seguirem nesta pescaria como padres,
diáconos permanentes,
religiosas e religiosos,
leigos e leigas consagradas,
missionários e missionárias,
comunitários e comunitárias.
Chama a todos para a Missão.
Que eles sejam capazes de deixar tudo por ti
e pegando o casco e o remo sigam olhando sempre pra frente
indo em direção da tua cruz presente na vida de nosso povo ribeirinho.
Que aprendam de tua Mãe Maria de Nazaré, que também é Mãe e Rainha da Amazonia,
a não ter dificuldades de ir nos lugares mais distantes para prestar serviço aos que precisam. Que a exemplo do pescador Pedro,
após uma grande luta interior,
todos possam dizer:
" Senhor, Tu sabes tudo. Tu sabes que eu te amo.
Amém.

Pe. Thimóteo


Logotipo do III Congresso Vocacional do Brasil


Há esperança no caminho!

Ter um pai espiritual

Bento XVI aconselha ter um pai espiritual

Para consagrados e leigos, especialmente para os jovens
Todos, tanto sacerdotes como religiosos e leigos, especialmente os jovens, deveriam ter um pai espiritual para ajudá-los em sua vida cristã, considera Bento XVI.
“Continua sendo válido para todos o convite a recorrer aos conselhos de um bom pai espiritual, capaz de acompanhar cada um no profundo conhecimento de si mesmo e conduzi-lo à união com o Senhor, para que sua existência se conforme cada vez mais com o Evangelho.”
O Papa insistiu na importância desta figura dentro da vida cristã, também hoje.
“Para chegar ao Senhor, precisamos sempre de uma guia, um diálogo. Não podemos fazê-lo somente com nossas reflexões. E este é também o sentido da eclesialidade da nossa fé, de encontrar essa guia”, advertiu.

domingo, 20 de setembro de 2009



III Congresso Vocacional do Brasil, mas, por quê?



Esta é a pergunta que fazemos neste tempo em que se divulga e se organiza o III Congresso Vocacional do Brasil, a ser realizado de 3 a 7 de setembro de 2010, em Itaici, São Paulo. Ele terá por tema: “Discípulos-missionários a serviço das vocações”, e por lema: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações”. Este novo evento propõe-se a celebrar a caminhada do serviço de animação vocacional, a aprofundar a teologia das vocações na perspectiva do discipulado e da missionariedade, a consolidar a identidade do animador (a) e do serviço de animação vocacional, e a oferecer pistas de ação para o trabalho vocacional.

Pretende-se, ainda, acolher, como horizonte e referência, o Sínodo sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, e o Documento de Aparecida, com todas as suas indicações. As temáticas desses eventos são pertinentes e decisivas para a questão vocacional. Sem esquecer que recentemente o papa Bento XVI convocou um Ano Sacerdotal, já em andamento, tendo por tema: “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”, com o objetivo de “fazer perceber sempre mais a importância do serviço e da missão do sacerdote na Igreja e na sociedade contemporânea”.
Mas, verdadeiramente, é necessário mais um congresso? Quais seriam as razões de sua realização? De onde provem esta necessidade? Buscarei responder algumas destas questões na medida em que tive a oportunidade de acompanhar e participar da programação e da realização dos dois eventos precedentes, o primeiro em 1999, e o segundo em 2005, e estou envolvido na preparação deste III Congresso.
Antes de tudo, também nós, da animação e da pastoral vocacional, nos propomos à “grande tarefa de proteger e alimentar a fé do povo de Deus e recordar aos fiéis deste Continente que, em virtude de seu batismo, são chamados a ser discípulos e missionários de Jesus Cristo”. Trata-se de um mandato, uma missão que devemos realizar, o de despertar, discernir, cultivar e acompanhar a vocação dos batizados para que sejam verdadeiramente discípulos-missionários de Jesus Cristo. Esta tarefa protetora e alimentadora da fé, e de memorial, também é nossa e queremos cada vez mais assumi-la integralmente. A primazia deve ser dada à vocação de cada cristão à santidade. A ordem de Jesus é explícita, objetiva, é ir, e fazer discípulos.

A vocação e a missão dos discípulos de Jesus
Texto-base do 3º Congresso Vocacional do Brasil, marcado para setembro de 2010, está sendo elaborado por alguns teólogos indicados pela comissão executiva do congresso. Lema: "Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações" (Mt 28,19).
OS dois congressos vocacionais pre­cedentes também buscaram um texto evangélico para iluminar e enriquecer a reflexão. Às vésperas do Ju­bileu, que celebrou a virada do milênio, refletiu-se sobre a vocação de Bartimeu, adotando como lema do 1 º Congresso a fra­se do evangelho de Marcos: "Coragem! Levanta-te, Ele te chama" (Mc 10,49b). O 2º Congresso Vocacional escolheu a pará­bola dos trabalhadores enviados à vinha, do evangelho de Mateus, para meditar a temática das vocações e ministérios a par­tir do lema: '!Ide também vós para a minha vinha!"(Mt 20,4).
Percebemos nestes congressos, mais do que uma clara base bíblica, o desejo de avançar na reflexão em busca de uma com­ preensão ampla e aberta da temática voca­cional e ministerial na Igreja, comunidade de chamados e enviados. E no 3º Congres­so Vocacional, dentro desta dinâmica, a re­ flexão seguirá novamente Mateus (28,19) para aprofundar o tema: "Discípulos-missionários a serviço das vocações".
Vocação e missão dos discípulos de Jesus.
Na Bíblia toda vocação é para a missão e esta pressupõe um chamado: a vocação. Do contrário, a vocação seria algo estéril, fechada em si mesma, sem comunhão e consequências em prol do reino e de sua justiça. Também não podemos reduzir a missão a uma tarefa posterior ao chamado ou a uma simples dimensão da vocação. A missão não é um acréscimo ou extensão da vocação, mas um componente essencial quer seja ela leiga, religiosa ou sacer­dotal. A missão faz parte do DNA de toda e qualquer vocação.
A vocação tem origem divina: Deus é quem toma a iniciativa e nos chama desde a sua gratuidade. O chamado é graça e o envio também. Tanto a vocação quanto a missão nunca visam o bem pessoal do vocacionado, mas de todo o povo de Deus. A verdadeira vocação e missão não são graças apenas para as pessoas escolhidas, mas para muitos, conforme dizia Jesus referindo-se a sua própria vocação e missão:
"O Filho do Homem não veio para ser ser­vido, mas para servir e dar sua vida como resgate por muitos" (Mt 20,28).
Vocação e missão: dois lados da mesma moeda.
Um autêntico serviço de animação vo­cacional é antes de tudo uma ação evange­lizadora e genuinamente missionária. Nos evangelhos, aquele que chama é o mesmo que envia. Tal realidade confirma que vo­ cação e missão são partes de um binômio inseparável e complementar. Ou, como diz a expressão popular: são dois lados de uma mesma moeda. Lados distintos, cada um com suas características próprias, mas par­tes de uma realidade inseparável, onde uma pressupõe a outra. Na prática, a distinção entre a vocação e a missão é mais de caráter pedagógico que real. Isto significa que precisamos fi­car atentos para evitar certas expressões, como aquelas que escutamos ao falar da "dimensão missionária da vocação". Pois a missão não é uma simples "dimensão", mas elemento constitutivo da identidade de toda vocação e parte integrante do ser­ viço de animação vocacional.
A identidade missionária da Igreja.
A comunidade dos discípulos de Jesus é essencialmente missionária. A missão faz parte da própria natureza e identidade da Igreja.
É impossível pensar numa Igreja não missionária ou indiferente à missão. A comunidade dos seguidores de Jesus existe para a missão e dela procede. Por isso, podemos afirmar com segurança que todas as vocações e ministérios também são de natureza missionária e se fundamentam na missão de Jesus Cristo e do Espírito Santo.
De acordo com uma antiga tradição, o termo "Igreja" encontra sua raiz no livro do Deuteronômio para indicar a comuni­dade de Javé (d. Dt 23,2ss. = "assembléia de Iahweh)". Segundo o evangelho de Mateus, a Igreja é a comunidade dos cha­mados e enviados para dar testemunho do reino e da sua justiça. Mateus é o único evangelista a adotar o termo "Igreja" ao se referir à comunidade dos seguidores de Jesus Cristo (d. Mt 16,18; 18,17). Por isto é conhecido entre os estudiosos como o "evangelho eclesiástico", onde a comuni­dade dos discípulos missionários é chama­ da e enviada por Jesus ressuscitado: "Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19).
A Igreja é a comunidade dos chamados e enviados para dar testemunho e servir o reino. Os próprios evangelhos que ela pro­clama são escritos missionários que apre­sentam a pessoa e o projeto de Jesus Cris­to, o reino e a sua justiça. Se de uma parte a Igreja é enviada, de outra ela está sem­ pre enviando os seus discípulos missioná­rios para o serviço da evangelização.
O binômio vocação-missão.
Ao tratar do tema da vocação dos discí­pulos missionários na Bíblia, encontramos um esquema simples e invariável monta­ do a partir de dois verbos: "chamar" e "en­viar".Todo chamado é feito em vista de uma missão, o envio. No Antigo Testamen­to vemos que Deus criou um povo missionário. Deus chama e envia o povo de Isra­el para ser o construtor de seu reino. Os grandes vocacionados e vocacionadas da Bíblia não são apenas modelos de pessoas chamadas, mas também são exemplos de missionários e missionárias enviados a pro­clamar e a construir o reino. Correspon­dendo ao chamado divino e vivendo os va­lores do reino, cada membro do povo de Israel assume sua vocação e missão.
De maneira geral podemos afirmar que no Antigo Testamento Deus é o autor de todos os chamados, enquanto que no Novo Testamento esta função é reservada a Je­sus. Porém, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, todos os vocacionados e vocacionadas são envia­ dos a uma determinada missão.
Não há sequer um único caso onde o tema da vocação apareça desvinculado do envio e da missão. Dizer "sim" ao chama­ do vocacional é o mesmo que acolher a missão ine­ rente a este chamado. A resposta generosa à pro­posta vocacional é também um "sim" ao envio para a missão, que em última ins­tância é uma convocação a colaborar na realização do Projeto de Deus. O imperativo missioná­rio não é uma exclusividade do evangelho de Mateus, mas aparece em todos os evan­gelhos sirr6ticos (cf. Mc 16,15-18; Lc 24,44­ 48). O chamado de Jesus aos vocacional­ dos que pescavam no mar da Galileia, a Levi na coletoria de impostos, ao cego Bartimeu na entrada de Jericó, ou a qual­ quer outra pessoa em qualquer outro lu­gar, não é apenas um convite ao seguimen­to, mas é também uma convocação a assu­mir o projeto do reino e a participar da sua missão (cf. Mc 1,16-20; 10,46-52; Mt 9,9). Independentemente da vocação específica de cada vocacionado, o chamado é sem­pre em vista da missão seja qual for a si­tuação ou lugar do mundo.
No quarto evangelho Jesus se apresen­ ta um grande número de vezes como o enviado do Pai (cf. Jo 5,36.38; 6,29.57; 7,29; 10,36; 11,42; 17,3.8.18; 20,21). Nos evan­gelhos sinóticos ele diz que "veio - vim ­ fui enviado" ou adota outras expressões equivalentes (cf. Mc 1,38; 2,17; 10,45; 12,2­ 8; Mt 5,17; 10,34; 11,27; Lc 4,17-21; 9,48; 10,16; 12,49; 19,10).
Nas cartas de Paulo Jesus também aparece como missionário(cf. Mc 3,13-14 Do Pai, e na carta aos Hebreus ele é chamado de apóstolo (cf. Rm 8,3; 2Cor 8,9; GI4,4; FI 2,7;3,1). No evangelho de Marcos vemos Jesus chamar os discípulos missionários para estarem com ele, in­seri-Ios na sua obra e logo os enviar, confirmando as­ sim a relação entre a voca­ção/chamado e a missão/ envio. Marcos nos mostra de maneira clara que o en­contro pessoal do vocacio­nado com Jesus é uma exi­gência que antecede o envio e o serviço missionário). A missão dos discípulos de Jesus cha­mados a transformar a história pessoal e de toda a humanidade, está situada entre a manhã de Pentecostes e a volta gloriosa do Senhor (cf. At 2,1-13). Os discípulos missionários formam a comunidade dos seguidores de Jesus, comprometidos e pre­parados para a missão de anunciar e cons­truir o reino e sua justiça. Enquanto cha­mados e enviados por Jesus, os discípulos missionários o representam como verda­deiros embaixadores. O próprio Jesus os chamará de [UTF-8?]“pescadores de [UTF-8?]homens” quando os convida ao seguimento desde as margens do mar da Galiléia (d. Mt 4,19; Mc 1,17).
A iluminação bíblica do 3º Congresso Vocacional.
O próximo Congresso Vocacional esco­lheu a passagem bíblica onde encontramos o imperativo missionário de Jesus ressus­citado: "Os onze discípulos caminharam para a Gali1eia, à montanha que Jesus lhes determinara. Ao vê-lo, prostraram-se dian­ te dele. Alguns, porém, duvidaram. Jesus, aproximando-se deles, falou: Todo poder foi me dado no céu e sobre a terra. Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discí­pulos, batizando-as em nome do Pai, do Fi­ lho e do Espírito Santo. E ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consu­mação dos séculos!" (Mt 28,16-20).6.
Esta passagem do evangelho de Mateus, que iluminará a reflexão do 3º Congresso Vocacional do Brasil, aparece após a cena do túmulo vazio, das aparições às mulheres e da corrupção dos soldados que vigiavam o sepulcro de Jesus. Trata-se de uma cena com tonalidade eclesial-missionária em perfeita harmonia com a totalidade do "evan­gelho eclesiástico" de Mateus.
Podemos dividir este texto de Mateus em quatro pequenas partes articuladas entre si: a primeira traz a indicação de voltar à Galileia e se encontrar com o Res­ suscitado (vv. 16-17). A segunda consiste na solene proclamação de Jesus que rece­beu de Deus o poder universal (v. 18). A terceira parte é o imperativo missionário (v. 19). A última parte é a garantia da pre­sença do Ressuscitado junto aos discípu­los missionários (v. 20).
a) Galileia: um novo começo:
Regressar à Galileia é retomar ao co­ meço para iniciar uma nova caminhada vocacional e missionária com mais consistência e maturidade. Também é um convi­te a valorizar as próprias raízes, a repen­sar os projetos e as opções. É um novo chamado vocacional que nos permite re­ começar com uma nova fé e uma nova es­perança. A primeira missão que os discí­pulos receberam não foi a de realizar uma tarefa e apresentar os resultados, mas a de caminhar ao encontro do Ressuscitado. A experiência com o Ressuscitado toma­ se, assim, o ponto de partida da atividade missionária. A missão não será outra coi­sa senão a comunicação desta experiência de encontro com Jesus Cristo vivo na Galileia, lugar da vida e da missão.
b) A autoridade
Jesus transmite sua autoridade aos dis­cípulos missionários. Eles recebem a au­toridade para construir o reino e sua justi­ça. Trata-se do poder de ser servidores do reino e continuadores da obra de Jesus, que tem autoridade divina e humana, isto é, "no céu" e "na terra". O Ressuscitado dá aos onze discípulos missionários o poder de servir ao reino e nunca usá-lo em benefi­cio próprio. Eles representam toda a Igre­ja chamada a servir e a proclamar a vonta­de de Deus.
c) A missão não conhece fronteiras:
A missão indicada por Jesus Cristo supera as fronteiras, não exclui nenhum povo e alcança "todas as nações". Os discípulos missionários são enviados não apenas às "ovelhas perdidas de Israel", mas ao mun­ do inteiro para fazerem discípulos do rei­ no e da sua justiça. Do mesmo modo que esta missão ultrapassa as fronteiras de Israel, ela também supera os limites do tem­po, devendo se estender até "a consuma­ção dos séculos". Quem conduz os discí­pulos missionários e toda a Igreja é o Es­pírito Santo.
d) Jesus está com eles
No final da cena Mateus deixa claro que Jesus ressuscitado é Deus morando no meio de nós para sempre. Os discípulos missionários caminham com a certeza de que aquele que os chamou estará sempre presente no meio deles. Jesus dá todas as garantias aos discípulos de que jamais os abandonará. Ele é o "Emanuel - Deus conosco" - que acompanha seus vocacio­nados até "a consumação dos séculos".
Missão de todos e de cada um
Jesus não confiou a missão evangeliza­dora a Pedro ou a um dos apóstolos, mas aos onze, que representam toda a Igreja chamada a edificar o reino. Porém, são di­ferentes as maneiras de desenvolver a missão quando consideramos a variedade dos carismas e ministérios suscitados pelo Espírito Santo nas comunidades. Pelo Ba­tismo todos são chamados e convocados à missão. Mas cada vocação específica tem formas próprias de participar da missão evangelizadora da Igreja.
Os ministros ordenados (diáconos, pa­dres e bispos) dedicam-se totalmente ao serviço evangelizador (d. Presbyterorum Ordinis, 3).A pessoa vocacionada ao minis­tério ordenado é chamada a se colocar inte­gralmente a serviço da Igreja e de sua cau­sa: a evangelização. Os chamados e cha­madas à vida consagrada sabem que sua vocação é essencialmente missionária, uma vez que são testemunhas e anunciadores do reino no meio das realidades do mundo. De igual maneira os cristãos leigos e leigas são convocados a serem "sal da terra e luz do mundo" (Mt 5,13-16). Ou, como afirma o documento de Puebla: "Os cristãos lei­gos são homens e mulheres da Igreja no co­ ração do mundo, homens e mulheres do mundo no coração da Igreja" (n. 786).Gilson Luiz Maia Religioso Rogacionista e sacerdote
Ordenação Presbiteral de Hesron Vagner, da Diocese de Santarém, em agosto/2009
Descobrir a alegria de seguir Jesus,
eis o sentido verdadeiro da vida.







O CREDO DO CHAMADO.

Cremos que Deus nos escolheu antes da fundação do mundo.Para sermos santos e irrepreensíveisDiante dele no amor. ( Ef 1,4 )
Cremos que os que de antemão ele conheceu.Esses também predestinou a seremConformes à imagem do seu Filho. ( Rm 8,29 )
Cremos que aquele que nos escolheu desde o seio materno,Nos chamou por sua graça e houve por bemRevelar em nós o seu FilhoPara que o anunciássemos. ( Gl 1, 15-16 )Porque aquele que nos chamou é FIEL. ( Fil 1,6 ; 1 Ts 5,24 ).
Cremos que Deus nos salvouE nos chamou com uma vocação santa,Não em virtude de nossas obras,Mas de seu próprio designio e graça,Que nos foi dada em Cristo Jesus, desde a eternidade. ( 2 Tm 1,9 )
Cremos que Cristo Jesus nos julgou digno de confiança,Tomando-nos para o seu serviço. ( 1 Tm 1,12 )
Cremos ser apóstolos por vocação,Servos de Cristo Jesus,Escolhidos para anunciar o Evangelho de Deus. ( Rm 1,1 )
Cremos que Deus escolheu o que é loucura para o mundoPara confundir os sábios,A fim de que a nossa fé não se baseie na sabedoria humana,Mas sobre o poder de Deus. ( 1 Cor, 1,27; 2,5 )
Cremos que a cada um Deus concedeuUma manifestação do EspíritoPara a utilidade de todos. ( 1 Cor 12, 7 )
Cremos que devemos comportar-nos de uma maneira dignaDa vocação a que fomos chamados:Com toda humildade, paciência e mansidão,Procurando crescer em tudo em direção a Ele. ( Ef 4,1-2 )
Cremos que tudo concorre para o bemDaqueles que amam a Deus,Daqueles que são chamados segundo o seu desígnio. ( Rm 8,28 )
Cremos naquele que é poderoso para realizar por nósEm tudo infinitamente além do que pedimos ou pensamos,Segundo o poder que já opera em nós. ( Ef 3,20 )

Cremos que temos plena certeza de queAquele que começou em nós a boa obraHá de levá-la a perfeição até o dia de Jesus Cristo,

III CONGRESSO VOCACIONAL DO BRASIL



Tema: “Discípulos missionários a serviço das vocações”
Lema: “Ide, pois, fazer discípulos entre as nações” (cf. Mt 28,19)
Indaiatuba, Itaici, 03 a 07 de setembro de 2010






ORAÇÃO


Trindade Santa,
Deus da vida e do amor,
somos seguidoras e seguidores de Jesus,
discípulos missionários a serviço das vocações.
Como animadores vocacionais,
queremos responder ao mandato de Jesus
de “fazer discípulos entre todas as nações”,
incentivando a vocação
dos cristãos leigos e leigas,
à vida consagrada e
aos ministérios ordenados
construindo uma Igreja corresponsável e ministerial.
Buscamos uma Igreja fiel aos sinais dos tempos,
samaritana, missionária e libertadora,
que responda ao clamor do povo,
em suas lutas e esperanças;
e que testemunhe a Boa Nova do Reino,
com a palavra e com a vida.
Que Maria, a mãe de Jesus,
e tantas testemunhas fiéis até o martírio,
intercedam a benção
para o III Congresso Vocacional do Brasil
Amém.


No próximo dia 19 de junho, o Papa Bento XVI inaugurará na Basílica de São Pedro
o Ano Sacerdotal,
com o tema:
“Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”.

Entrevista com o cardeal Claudio Hummes, prefeito da Congregação para o Clero

No próximo dia 19 de junho, o Papa Bento XVI inaugurará na Basílica de São Pedro o Ano Sacerdotal, com o tema: “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”.Durante este ano, Bento XVI proclamará São João Maria Vianney como “padroeiro de todos os sacerdotes do mundo”. Igualmente, será publicado o “Diretório para os confessores e diretores espirituais”, assim como uma recopilação de textos do Papa sobre temas essenciais da vida e da missão sacerdotal na época atual.Zenit conversou com o cardeal brasileiro Claudio Hummes, O.F.M., prefeito para a Congregação do Clero e bispo emérito de São Paulo, que apresenta este ano como “propositivo” e como uma oportunidade para que os sacerdotes recordem que “a Igreja os ama, que se preocupa com eles”.– Qual é o principal objetivo do ano sacerdotal?– Cardeal Hummes: Em primeiro lugar, a circunstância. Será um ano jubilar pelos 150 anos da morte de São João Maria Vianney, mais conhecido como o Santo Cura de Ars. Esta é a oportunidade, mas o motivo fundamental é que o Papa quer dar aos sacerdotes uma importância especial e dizer quanto os ama, quanto os quer ajudar a viver com alegria e com fervor sua vocação e missão.Esta iniciativa do Papa acontece em um momento de grande expansão de uma nova cultura: hoje domina a cultura pós-moderna, relativista, urbana, pluralista, secularizada, laicista, na qual os sacerdotes devem viver sua vocação e sua missão.O desafio é entender como ser sacerdote neste novo tempo, não para condenar o mundo, mas para salvar o mundo, como Jesus, que não veio para condená-lo mas para salvá-lo.O sacerdote deve fazer isso de coração, com muita abertura, sem “demonizar” a sociedade. Deve estar integrado nela com a alegria missionária de querer levar as pessoas desta sociedade a Jesus Cristo.É necessário dar uma oportunidade para que todos orem com os sacerdotes e pelos sacerdotes, convocar os sacerdotes a orar, fazê-lo da melhor maneira possível na sociedade atual e também, eventualmente, tomar iniciativas para que os sacerdotes tenham melhores condições para viver sua vocação e a missão.É um ano positivo e propositivo. Não se trata, em primeiro lugar, de corrigir os sacerdotes. Há problemas que sempre devem ser corrigidos e a Igreja não pode fechar os olhos, mas sabemos que a grande maioria dos sacerdotes tem uma grande dignidade e adere ao seu ministério e à sua vocação. Dão sua vida por esta vocação que aceitaram livremente.Lamentavelmente, existem os problemas dos quais nos inteiramos nos últimos anos relativos à pedofilia e outros delitos sexuais graves, mas, como máximo, talvez podem chegar a 4% do clero. A Igreja quer dizer aos 96% restantes que estamos orgulhosos deles, que são homens de Deus e que queremos ajudá-los e reconhecer tudo o que fazem como testemunho de vida.É também um momento oportuno para intensificar e aprofundar a questão de como ser sacerdotes neste mundo que muda e que Deus colocou diante de nós para ser salvo.– Por que o Papa apresentou São João Maria Vianney como modelo para os sacerdotes?– Cardeal Hummes: Porque há muito tempo é o padroeiro dos párocos. Faz parte do mundo do presbítero. Queremos também estimular várias nações e conferências episcopais ou igrejas locais para que escolham algum sacerdote exemplar de sua área, apresentá-lo ao mundo e aos jovens. Homens e sacerdotes que sejam verdadeiramente modelos, que possam inspirar e possam renovar a convicção do grande valor e da importância do ministério sacerdotal.– Para o senhor, como sacerdote, qual é o aspecto mais belo de sua vocação?– Cardeal Hummes: Esta pergunta me faz recordar um fato de São Francisco de Assis: Ele disse uma vez: “Se me encontrasse pelo caminho com um sacerdote e um anjo, saudaria primeiro o sacerdote e depois o anjo. Por quê? Porque o sacerdote é quem nos dá Cristo na Eucaristia”. Isto é o mais fundamental e maravilhoso: o sacerdote tem o dom e a graça de Deus para ser ministro deste grande mistério da Eucaristia.O sacerdócio foi instituído por Jesus Cristo na Última Ceia. Quando disse “Fazei isto em memória de mim”, deu aos apóstolos este mandamento e também o poder de fazer isto, de fazer o mesmo que Jesus fez na última ceia. E estes apóstolos transmitiram, por sua vez, este ministério e este poder divino aos homens que são bispos e sacerdotes.Isto é o mais importante e o centro. A Eucaristia é o centro da Igreja. O Papa João Paulo II disse que a Igreja vive da Eucaristia. O sacerdote é o ministro deste grande sacramento, que é o memorial da morte de Jesus.E depois temos também o sacramento da Reconciliação. Jesus disse: “A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados” (Jo 20, 23). Veio para reconciliar o mundo com Deus e os seres humanos entre eles. Deu o Espírito Santo aos apóstolos, soprando sobre eles.Ele deu aos apóstolos, em nome de Deus e seu, aquilo que havia adquirido com seu sangue e com sua vida na Cruz, transformando a violência em um ato de amor para o perdão dos pecados. E disse aos apóstolos que serão os ministros deste perdão. Isto é fundamental para todos. Cada um quer ser perdoado de seus pecados, estar em paz com Deus e com os demais. O mistério da reconciliação é muito importante na vida do sacerdote.Há outras muitas ações, como a evangelização, o anúncio da pessoa de Jesus Cristo morto e ressuscitado, de seu reino. O mundo tem direito de saber e conhecer Jesus Cristo e tudo o que significa seu Reino. Este é um ministério específico também do sacerdote, que compartilha com os bispos e com os leigos, que fazem o anúncio da Palavra e devem levar as pessoas a um encontro intenso e pessoal com Jesus Cristo.
– Como o senhor acha acha que deve ser a formação de um seminarista nos âmbitos pessoal, espiritual, intelectual e litúrgico? Que aspectos acha que não podem faltar?– Cardeal Hummes: A Igreja fala de quatro dimensões que devem ser cultivadas com os candidatos.Em primeiro lugar, a dimensão humana, a afetiva – toda questão de sua pessoa –, sua natureza, sua dignidade e uma maturidade afetiva normal. Isso é importante, porque é a base.Depois está a dimensão espiritual. Hoje nos encontramos diante de uma cultura que já não é nem cristã nem religiosa. Portanto, é ainda mais necessário desenvolver bem a espiritualidade nos candidatos.Existe também a dimensão intelectual. É necessário estudar filosofia e teologia para que os sacerdotes sejam capazes de falar e de anunciar Jesus Cristo e sua mensagem hoje, de modo que se evidencie toda a riqueza do diálogo entre a fé e a razão humana. Deus é o Logos de tudo e Jesus Cristo é sua explicação.Depois, obviamente, está a dimensão de apostolado, ou seja, deve-se preparar estes candidatos para ser pastores no mundo de hoje. Neste âmbito pastoral, hoje é muito importante a identidade missionária. Os sacerdotes devem ter não só uma preparação, mas também um estímulo forte para não limitar-se só a receber e oferecer o serviço àqueles que vem para vê-los, mas também para sair em busca das pessoas que não vão à Igreja, sobretudo daqueles batizados que se afastaram porque não foram suficientemente evangelizados, e que têm o direito de sê-lo, porque prometemos levar Jesus Cristo, educar na fé.Isso muitas vezes não se fez ou se fez muito pouco. O sacerdote deve ir em missão e preparar sua comunidade para que vá anunciar Jesus Cristo às pessoas, ao menos àqueles que estão no território de sua paróquia, mas também mais além desta.Hoje, esta dimensão missionária é muito importante. O discípulo se converte em missionário com sua adesão entusiasta, alegre a Cristo, capaz de revestir d’Ele incondicionalmente toda sua vida. Devemos ser como os discípulos: fervorosos, missionários, alegres. Nisto consiste a chave, o segredo.– Que atividades especiais vão realizar neste ano, tanto para os jovens como para os próprios sacerdotes?– Cardeal Hummes: Haverá iniciativas no âmbito da Igreja universal, mas o ano do sacerdote deve ser celebrado também a nível local. Ou seja, nas igrejas locais, nas dioceses e nas paróquias, porque os sacerdotes são os ministros do povo e devem incluir as comunidades.As dioceses devem impulsionar iniciativas tanto de aprofundamento como de celebração, para levar aos sacerdotes a mensagem de que a Igreja os ama, respeita, admira e se sente orgulhosa deles.O Papa abrirá o Ano Sacerdotal em 19 de junho, na festa do Sagrado Coração de Jesus, porque é a Jornada Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes. Haverá vésperas solenes celebradas na basílica vaticana, estará presente a relíquia do Cura d’Ars. Seu coração estará na Basílica como sinal da importância que o Papa quer dar aos sacerdotes. Esperamos que muitos sacerdotes estejam presentes.O encerramento acontecerá um ano depois. Ainda está por definir-se a data exata do grande encontro do Papa com os sacerdotes, ao qual estão convidadas todas as dioceses. Haverá outras muitas iniciativas. Estamos pensando também em realizar um congresso teológico internacional nos dias precedentes ao encerramento. Também haverá exercícios espirituais. Esperamos também poder envolver as universidades católicas, para que possam aprofundar no sentido do sacerdócio, na teologia do sacerdócio e em todos os temas que são importantes para os sacerdotes.– O senhor poderia falar-nos agora dos desafios que um sacerdote enfrenta nesta sociedade tão antirreligiosa? Como crê que pode permanecer fiel a sua vocação?– Cardeal Hummes: Em primeiro lugar, a Igreja, através de seus seminários e formadores, deve fazer uma seleção muito rigorosa dos candidatos. Depois, é necessário ter uma boa formação, fundamentalmente na dimensão humana, intelectual, espiritual, pastoral e missionária. É fundamental recordar que o sacerdote é discípulo de Jesus Cristo e estar seguro de que tenha tido este encontro pessoal e comunitário intenso com Jesus Cristo, tenha lhe dado sua adesão. Cada missa pode ser um momento muito forte para este encontro. Mas também a leitura da Palavra de Deus.Como dizia João Paulo II, há muitas oportunidades para testemunhar o encontro com Jesus Cristo. É fundamental ser um missionário capaz de renovar este zelo sacerdotal, de sentir-se alegre e convencido de sua missão e de conscientizar-se de que isso tem um sentido fundamental para a Igreja e para o mundo.Sempre digo que os sacerdotes não são importantes só pelo aspecto religioso dentro da Igreja. Desempenham também um grandioso trabalho na sociedade, porque promovem os grandes valores humanos, estão muito perto dos pobres com a solidariedade, a atenção pelos direitos humanos. Creio que devemos ajudá-los para que vivam esta vocação com alegria, com muita lucidez e também com coração, para que sejam felizes, dado que se pode ser feliz no sacrifício e no cansaço.Ser feliz não está em contradição com o sofrimento. Jesus não era infeliz na cruz. Sofria tremendamente, mas estava feliz, porque sabia que o fazia por amor e que isto tinha um sentido fundamental para a salvação do mundo. Era um gesto de fidelidade a seu Pai.– Que outros santos o senhor acha acha que podem ser modelos para o sacerdote de hoje?– Cardeal Hummes: Obviamente, o grande ideal é sempre Jesus Cristo, o Bom Pastor. No caso dos apóstolos, sobretudo São Paulo. Celebramos o Ano Paulino. Vê-se que ele era uma figura realmente impressionante e que pode ser sempre uma grande inspiração para os sacerdotes, sobretudo em uma sociedade que já não é cristã.Cruzou as fronteiras de Israel para ser apóstolo dos gentios, dos pagãos. Em um mundo que está se afastando tanto de qualquer manifestação religiosa, seu exemplo é fundamental. São Paulo tinha esta consciência muito forte: Jesus veio para salvar, não para condenar. É a mesma consciência que devemos ter nós diante do mundo de hoje.

III CONGRESSO VOCACIONAL DO BRASIL


“Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações” (cf. Mt 28,19)



A realização do 3º Congresso Vocacional do Brasil foi aprovada pela comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada (CMOVC) em sua 6ª Reunião ampliada, em outubro de 2008. A sua organização e efetivação foram entregues à Comissão Executiva que conta com a presidência de Dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo de São Félix – MT e membro da CMOVC. O processo está em plena execução.

O Congresso terá lugar em Itaici - São Paulo, nos dia 03 a 07 de setembro de 2010.

No caminho do Discipulado Missionário



Introdução:


Para a vida de cada cristão e para a vida da Igreja, é de grande importância a convicção de que é Deus mesmo quem toma a iniciativa para vir ao nosso encontro. Nele está a fonte do chamado para o seguimento a Jesus Cristo; para a vivência da Missão; e a vivência em Comunhão. A CMOVC, à luz do Documento de Aparecida e das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2008-2010), deseja aprofundar, em seu âmbito de atuação, esses eixos fundamentais. A vivência desse caminho na Igreja e na sociedade só é possível peça ação do Espírito Santo que dinamiza a vida da comunidade e consolida-a com vocações específicas, sempre a serviço da edificação do Povo de Deus. Para tanto, precisamos dar atenção à formação como necessidade e desafio.

“A condição do discípulo brota de Jesus Cristo como de sua fonte, pela fé e pelo batismo, e cresce na Igreja, comunidade onde todos os seus membros adquirem igual dignidade e participam de diversos ministérios e carismas. Desse modo, realiza-se na Igreja a forma própria e específica de viver a santidade batismal as serviço do Reino de Deus” (DA 184).

Quando cada pessoa toma consciência de que é chamada por Deus para seguir Jesus Cristo fazendo parte da vida em comunidade e de que o mesmo Deus lhe concede a graça do Espírito Santo para testemunhar essa experiência de fé na família, na comunidade e na sociedade, ela sabe que não se trata de missão por conta própria, mas na comunhão com Jesus Cristo. Esta graça precisa ser continuamente cultivada de modo pessoal e na comunhão com a comunidade.

As pessoas que têm uma vocação e missão específicas necessitam ainda mais encontrar meios para esse cultivo e aprofundamento, pois se trata de fazer, como discípulo missionário, a experiência do encontro com Jesus Cristo nessa realidade em constante transformação e tão desafiadora. “Cada uma das vocações tem um modo concreto e diferente de viver a espiritualidade, que dá profundidade e entusiasmo para o exercício concreto de suas tarefas. Dessa forma, a vida no Espírito não nos fecha em intimidade cômoda e fechada, mas sim nos torna pessoas generosas e criativas, felizes no anúncio e no serviço missionário.Torna-nos comprometidos com os reclamos da realidade e capazes de encontrar nela profundo significado em todo o que nos cabe fazer pela Igreja e pelo mundo” (DA 285).



I. Chamados ao seguimento de Jesus Cristo.

“Segue-me” (Mc 2,14)


Jesus Cristo sempre toma a iniciativa para chamar os discípulos, para escolher os doze, para formá-los e para enviá-los. Assim, vai acontecendo um profundo relacionamento entre os discípulos e o Mestre; pois ele “constituiu Doze para que ficassem com Ele e para enviá-los a pregar, e terem autoridade para expulsar os demônios” (Mc 3,14-15).

Os discípulos vão descobrindo toda a beleza da vida do Mestre a partir do encontro com ele e sentem entusiasmo em segui-lo. Mesmo que tudo ainda não seja claro para eles, a experiência da vivência com Jesus Cristo vai lhes indicando que ele é o Mestre missionário, amigo dos publicanos e pecadores, que está sempre saindo ao encontro: “Jesus percorria todas as cidades e povoados ensinando em suas sinagogas e pregando o Evangelho do Reino, enquanto curava toda sorte de doenças e enfermidades” (Mt 9,35).

Mas, Jesus vai percebendo a fragilidade na vida deles e prepara-os para que possam abraçar a missão que passa pela renúncia de si mesmos, pelo sofrimento (Mc 8,34), pela entrega da vida: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). No processo de formação, Jesus está sempre dirigindo-lhes a palavra, dando-lhes particular atenção (Mc 4,10.34; 8,31; 9,30-31; 10,32-33.42; 14,17.28; 16,14), para que estejam vivenciando a comunhão com o Mestre: “Dei-vos o exemplo, para que, como eu vos fiz, também vós o façais (...) Se compreenderdes isso e o praticardes, felizes sereis” (Jo 13,15.17).

Ele sabe que veio para reunir e guiar aqueles que são atraídos pelo Pai e lhe são entregues: “Por eles eu rogo; não rogo pelo mundo, mas pelos que me deste, porque são teus” (Jo 17,9).

Depois de ressuscitado, Jesus continua saindo ao encontro dos discípulos. Em primeiro lugar daqueles dois na estrada de Emaús e, em seguida, da comunidade toda, como encontramos no evangelho de Lucas (24,13ss). A experiência do encontro torna-se fundamental para que a motivação seja renovada. Nesse encontro, Jesus parte da situação de desencanto que está sendo vivenciada pelos discípulos. Percebendo que vêem a realidade a partir de si mesmos, Jesus pergunta e deixa que falem.

6. Depois de escutá-los, Jesus faz observações à visão que expressam e questiona-os. “E, começando por Moisés e por todos os Profetas, interpretou-lhes em todas as Escrituras o que a ele dizia respeito” (Lc 24,27). Mostra-lhes o significado profundo do que estava acontecendo. Esse tempo que Jesus dedica para clarear a visão deles é muito importante, mas não foi suficiente. Um outro passo aconteceu na celebração da partilha do pão. Aí, os seus olhos se abriram. E mesmo assim, houve necessidade da confirmação da experiência na comunidade dos discípulos. Foi então que “abriu-lhes a mente para que entendessem as Escrituras” (Lc 24,45) e explicou-lhes o sentido do seu sofrimento, da entrega de sua vida. No acompanhamento que Jesus faz, há um destaque especial para a Palavra e para “a partilha do pão” que ele abençoa e distribui, como lugares de encontro com o ressuscitado.

7. Porém, não basta caminhar com Jesus, escutá-lo, ver suas obras. Muitos estavam com Ele, mas não haviam descoberto a pessoa e a missão de Jesus a partir dEle. A visão que predominava em seus corações era aquela de um Messias glorioso que libertaria o povo, traria vantagens e privilégios para seus adeptos e reinaria sem passar pelo sofrimento, ainda mais pela morte na cruz. Por isso, não o acolhem logo como ele é: aquele que sofreu, foi crucificado e os acompanhava vivo.

8. Na verdade, vemos como há todo um processo na vida dos discípulos. Antes, seus olhos estavam impedidos de reconhecê-lo. Agora, eles o reconhecem na ceia, mas Jesus se torna invisível diante deles (Lc 4,31). Então, o que é fundamental na experiência do seguimento a Jesus Cristo, o que precisa marcar o caminho espiritual do discípulo?

9. Jesus se dá a conhecer na comunidade reunida. A experiência dos dois não os isola da comunidade; ao contrário, motiva-os para que voltem à comunidade. Mas, mesmo depois de contarem e escutarem as experiências do encontro, ainda existem dúvidas em seus corações. Assim, não reconheceram Jesus quando se apresentou no meio deles e disse: “A paz esteja convosco!” (Lc 24,36). É o próprio Jesus que vai apresentar-lhes as mãos e os pés e come um pedaço de peixe para fazer-lhes ver que se trata dele mesmo. “Então, abriu-lhes a mente para que entendessem as Escrituras, e disse-lhes: “Assim está escrito que o Cristo devia sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia, e que, em seu Nome, fosse proclamado o arrependimento para a remissão dos pecados a todas as nações, a começar por Jerusalém.” (Lc. 24, 45-47). Na comunidade dos discípulos, é que é confirmada a experiência do encontro feita anteriormente de modo pessoal e em pequenos grupos. Jesus, outra vez, toma a iniciativa de ir ao encontro dos seus discípulos, agora reunidos. Ele sabe da importância da comunidade dos discípulos para a missão. Por isso, lhe dá atenção, explicando o significado de tudo o que havia acontecido com ele. É necessário que a comunidade seja realmente comunidade de testemunhas do ressuscitado; pois se trata de vivenciar, celebrar e anunciar o que na verdade aconteceu e que faz parte da experiência pessoal e comunitária: “Isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos” (1Jo 1,3). Sem esta experiência constante da presença do Mestre, sem estar nessa comunhão profunda com aquele que chama e envia, a comunidade não será comunidade de discípulos missionários. É Jesus mesmo quem afirma: “Vós sois as testemunhas dessas coisas” (Lc 24,48). Para levar adiante a missão, a comunidade dos discípulos vai acolher como graça a convicção de que não estará sozinha e aprofundá-la a cada momento, pois contará com a força do Espírito de Deus: “Eu enviarei sobre vós o que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade até que sejais revestidos da força do Alto” (Lc 24,49). Aquele mesmo que consagrou Jesus para a missão, também consagra os discípulos dele para que continuem a obra que é de Deus.

10. A comunidade, no caminho de Jesus Cristo, precisa aprender a sair ao encontro das pessoas, de grupos e outras comunidades; a sair em missão, a se reunir e celebrar, a ser testemunha e dar testemunho. Em 1975, o papa Paulo VI já considerava que é importante realçar “para a Igreja, o testemunho de uma vida autenticamente cristã, entregue nas mãos de Deus, numa comunhão que nada deverá interromper, e dedicada ao próximo com um zelo sem limites, é o primeiro meio de evangelização. “O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres – dizíamos ainda recentemente a um grupo de leigos – ou então se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas”. (...) Será pois, pelo seu comportamento, pela sua vida, que a Igreja há de, antes de mais nada, evangelizar o mundo; ou seja pelo seu testemunho vivido com fidelidade ao Senhor Jesus, testemunho de pobreza, de desapego e de liberdade frente aos poderes deste mundo; numa palavra, testemunho de santidade”. (EN 41).

11. Na vivência do seu testemunho, a comunidade é chamada a reconhecer as chagas vivas de Cristo na vida das pessoas, das famílias, dos jovens, das comunidades, de todos os excluídos. Guiada pelo Espírito Santo, a comunidade se deixará interpelar pelos que sofrem e, será iluminada para que seus membros sejam discípulos missionários obedecendo ao Evangelho: “Vai e faze tu a mesma coisa” (Lc 10, 37).

12. Mergulhando no Mistério da Páscoa de Jesus Cristo, o discípulo encontra a força de Deus que o faz entrar na realidade em que vive para descobrir que já foi redimido pela entrega da vida de Jesus. O que lhe falta é abrir, sem reservas, sua vida para acolher a graça que lhe é concedida no encontro com aquele que morreu e ressuscitou e que, continua saindo ao encontro dos filhos e filhas amados de Deus para reunir o que está disperso (Cf. Jo 11,52).

13. O Documento de Aparecida, ressaltando a importância da experiência do encontro pessoal com Jesus Cristo, mostra que a vivência da fé pede necessariamente a ligação-pertença a uma comunidade de fé. “Também hoje o encontro dos discípulos com Jesus na intimidade é indispensável para alimentar a vida comunitária e a atividade missionária. Os discípulos de Jesus são chamados a viver em comunhão com o Pai (1Jo 1,3) e com seu Filho morto e ressuscitado, na “comunhão no Espírito Santo” (1Cor 12,13” (...) A vocação ao discipulado missionário é con-vocação à comunhão em sua Igreja. Não há discipulado sem comunhão. Diante da tentação, muito presente na cultura atual, de ser cristãos sem Igreja e das novas buscas espirituais individualistas, afirmamos que a fé em Jesus Cristo nos chegou através da comunidade eclesial e ela “nos dá uma família, a família universal de Deus na Igreja Católica. A fé nos liberta do isolamento do eu, porque nos conduz à comunhão” (DI 3). Isso significa que uma dimensão constitutiva do acontecimento cristão é o fato de pertencer a uma comunidade concreta na qual podemos viver uma experiência permanente de discipulado e de comunhão com os sucessores dos Apóstolos e com o Papa” (DA 154.155.156). Sendo assim, a dimensão comunitária não é uma dimensão entre outras, mas precisa acompanhar e perpassar todas as dimensões da formação humana.



II. Chamados para a vivência da Missão

“Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações” (Mt 28,19)



1. “O testemunho que o Senhor dá de si mesmo e que São Lucas recolheu no seu Evangelho – “Eu devo anunciar a Boa Nova do Reino de Deus também a outras cidades” (Lc 4,43) – tem, sem dúvida nenhuma, uma grande importância, porque define, numa frase apenas, toda a missão de Jesus: “É para isso que fui enviado” (Lc 4,43). Estas palavras assumem o seu significado pleno se se confrontam com os versículos anteriores, nos quais Cristo tinha aplicado a si próprio as palavras do profeta Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me ungiu, para anunciar a boa Nova aos pobres” (Lc 4,18) (EN 6).

2. Jesus é o missionário do Pai. Em sua vida e missão, encontra-se a perfeita sintonia entre a mensagem e o mensageiro, entre o dizer, o fazer e o ser. Vivenciando a anunciando a Boa Nova do Reino de Deus, ele, ao mesmo tempo, dá sinais da presença do Reino e vai convocando e formando pessoas para que possam acolher a missão, o mandato que ele deixa: “Ele os enviou para anunciar o Reino de Deus e curar os enfermos” (Lc 9,2).

3. “O Reino diz respeito a todos: às pessoas, à sociedade, ao mundo inteiro. Trabalhar pelo Reino significa reconhecer e favorecer o dinamismo divino, que está presente na história humana e a transforma. Construir o Reino quer dizer trabalhar para a libertação do mal, sob todas as suas formas. Em resumo, o Reino de Deus é a manifestação e a atuação de seu desígnio de salvação, em toda a sua plenitude” (RM 15).

4. Trata-se então do “Reino da vida, porque a proposta de Jesus Cristo a nossos povos, o conteúdo fundamental dessa missão, é a oferta de vida plena para todos” (DA 361). Mas, “as condições de vida de muitos abandonados, excluídos e ignorados em sua miséria e dor, contradizem a esse projeto do Pai e desafiam os cristãos a maior compromisso a favor da cultura da vida. O Reino de vida que Cristo veio trazer é incompatível com essas situações desumanas. (...) Tanto a preocupação por desenvolver estruturas mais justas como por transmitir os valores sociais do Evangelho, situam-se neste contexto de serviço fraterno à vida digna. Descobrimos, dessa forma, uma profunda lei da realidade: a vida só se desenvolve plenamente na comunhão fraterna e justa. Porque Deus em Cristo não redime só a pessoa individual, mas também as relações sociais entre os seres humanos” (DA 358 e 359). Sendo assim, a missão, como vivência do seguimento a Jesus Cristo, é caminho para a vida plena.

5. Como nos lembra o Documento de Aparecida, “ao chamar os seus para que o sigam, Jesus lhes dá uma missão muito precisa: anunciar o Evangelho do Reino a todas as nações (cf. Mt 28,19; Lc 24,46-48). Por isso, todo discípulo é missionário, pois Jesus o faz partícipe de sua missão, ao mesmo tempo que o vincula a Ele como amigo e irmão. Dessa maneira, como Ele é testemunha do mistério do Pai, assim os discípulos são testemunhas da morte e ressurreição do Senhor até que ele retorne. Cumprir essa missão não é tarefa opcional, mas parte integrante da identidade cristã, porque é a extensão testemunhal da vocação mesma” (DA 144).


6. A missão vem de Jesus Cristo, no seu Espírito. Essa missão é dada à Igreja. “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28 18-20).

7. Na verdade, a missão não pode ser vivenciada por conta própria. Ela decorre do chamado que passa pela experiência do encontro pessoal com Jesus Cristo ressuscitado, levando a pessoa a ser testemunha dEle na comunidade e na sociedade, sob a guia do Espírito Santo. Esta experiência é tão marcante que torna “a missão inseparável do discipulado. Este não deve ser entendido como etapa posterior à formação, ainda que esta seja realizada de diversas maneiras de acordo com a própria vocação e com o momento da maturidade humana e cristã em que se encontre a pessoa” (DA 278 e). O discípulo missionário é sempre enviado em nome de Cristo e da Igreja: “Como o Pai me enviou também eu vos envio” (Jo 20,21).

8. Na experiência dos apóstolos, a Igreja encontra caminhos importantes para a vivência da missão. No exemplo de Pedro, vê como o Espírito Santo vai quebrando sua resistência para que possa ir ao encontro da família do Centurião Cornélio. Assumindo este passo, Pedro torna-se sinal de como o Espírito de Deus não só acompanha a missão, mas a prepara e vai abrindo o caminho na vida de evangelizadores e dos que estão sendo evangelizados em vista da transformação necessária no processo de anúncio do Evangelho, do seguimento a Jesus Cristo e da formação da comunidade. Os Atos dos Apóstolos nos mostram como foi acontecendo a conversão pessoal e pastoral.

9. Entre os apóstolos, não se pode deixar de destacar o trabalho de Paulo. A experiência do encontro com Cristo no caminho de Damasco deixou-lhe uma profunda marca: Deus o chama para uma grande missão. A graça de Deus trabalha o coração de Paulo bem como o de Ananias. Neste, lhe é quebrada a resistência para que perceba que faz parte da missão que lhe foi confiada na comunidade ir ao encontro de Paulo. É o mesmo Senhor que vai dizer a Ananias: “Vai, porque que este homem é um instrumento que escolhi para levar meu nome às nações pagãs e aos reis, e também aos israelitas. Pois eu vou lhe mostrar o quanto ele deve sofrer pelo meu nome” (At 9,15-16). A vida de Paulo está marcada para sempre pela graça de Deus. A partir da vivência da missão, Paulo vai compreendendo a transformação que está acontecendo em sua vida. Ele, então, afirma: “Sou agradecido àquele que me deu forças, Cristo Jesus, nosso Senhor, pela confiança que teve em mim, colocando-me a seu serviço, a mim que, antes, blasfemava, perseguia e agia com violência. (...) Mas alcancei misericórdia, para que em mim, o primeiro dos pecadores, Jesus Cristo mostrasse toda a sua paciência, fazendo de mim um exemplo para todos os que crerão nele, em vista da vida eterna” (1Tm 1,12-13.16).

10. Que beleza ver Paulo trabalhando incansavelmente para a formação de cristãos leigos missionários como Áquila e Priscila e tantos outros, assim como de comunidades missionárias (Rm 16; 1Cor 16,12.15.17.19)!

11. Até há alguns anos atrás, missão era entendida como tarefa específica para algumas pessoas e grupos: religiosos(as) e padres que vinham para o Brasil ou iam daqui para outros países. A palavra missionário(a) correspondia àquelas pessoas (especialmente religiosos mais idosos) que iam a outros lugares para pregar a missão, identificada com algumas atividades religiosas durante um número determinado de dias.

12. As mudanças ocorridas na sociedade nos últimas décadas foram dando sinais à Igreja de que ela não era mais o centro da sociedade e não tinha mais influência para determinar como se devia viver na família e na sociedade. Numa sociedade marcada pelo pluralismo, relativismo, subjetivismo, pela mentalidade do descartável e do provisório, a Igreja vai assumindo a missão no sentido de ir ao encontro das pessoas para, considerando sua história e a situação em que vive, poder anunciar-lhe Jesus Cristo, oferecendo-lhe oportunidades e meios para o encontro pessoal com ele. É um passo qualitativamente diferente, pois a Igreja que forma discípulos de Jesus Cristo assume que também ela precisa ser discípula.

13. Mas, este caminho ainda não está pronto. Na realidade de hoje, se faz cada vez mais urgente o ir ao encontro das pessoas para dar-lhes atenção entrando em sua casa, sendo próximo delas, acompanhando seus momentos de sofrimento, de alegria e de procura, propondo-lhes o Evangelho de Jesus Cristo, formando pequenos grupos para celebrar a graça do encontro. Precisamos não só compreender essa característica nova da realidade, mas também colocá-la em prática a partir da experiência do encontro com Jesus Cristo pela meditação de sua palavra, pela celebração do seu Mistério Pascal, pela participação na comunidade, pela descoberta de sua presença entre os pobres, pela oração pessoal e comunitária, pelos serviços de solidariedade, pelos gestos de partilha... Afinal de contas, a missão é determinante para a vida do discípulo missionário, da comunidade, da Igreja, visto que é a partir da missão que se compreende melhor o processo do chamado de Deus.

14. A transformação que vem acontecendo contribui para que se compreenda que a missão não pode estar mais restrita a um grupo de pessoas especializadas, mas diz respeito a toda pessoa batizada e que todo discípulo(a) de Jesus Cristo é chamado a ser missionário, não a partir de si, mas daquele que concede a graça para viver em sua comunhão: “Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto; porque, sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15,5). Assim, saindo de si, o discípulo missionário vai se convencendo de que é chamado a vivenciar a comunhão com Jesus Cristo e com seu Corpo que é a Igreja. Essa comunhão lhe reveste da força necessária para estabelecer o forte combate contra a centralidade do seu eu, pois se trata de ser discípulo missionário de Jesus Cristo.

15. Também vai-se descobrindo que a missão é para todos os dias da vida e para ser assumida por todos os cristãos em todos os ambientes. É a partir da vida e missão de Jesus que se aprende a ser missionário, a viver a missão; ele é o missionário do Pai, aquele que veio ao mundo para cumprir a vontade daquele que o enviou.

16. É na comunhão com a Igreja que se acolhe a missão. Para todos, mas de modo ainda mais forte para o presbítero diocesano, a presença do Bispo tem um profundo significado, pois é através dele que recebe a missão! Então, este aspecto marca muito sua espiritualidade que, enraizada no Evangelho, o orienta para descobrir a necessidade de conhecer bem o povo que aí vive, pedir a graça a fim de que possa amar sempre esse povo e de colocar-se como servo disponível para o trabalho de evangelização. Esse dinamismo despertará o discípulo missionário para a contemplação da presença de Deus nos acontecimentos da vida das pessoas, das comunidades e da sociedade. À luz da Palavra de Deus, esse exercício continuado permitirá estar ainda mais integrado na missão evangelizadora da Igreja Particular. A vida do discípulo missionário não pode estar limitada a algumas tarefas. Deixando-se guiar pelo Espírito de Deus, vai recebendo e cultivando a graça para se tornar cada vez mais semelhante ao Mestre: semelhante em seu amor que conduz ao despojamento, à missionariedade, à entrega da vida, à obediência à vontade de Deus.



III. Chamados para a vivência em Comunhão

“Vinde e Vede” (Jo 1,39)



1. No trabalho de formação dos seus discípulos, Jesus lhes mostra como é fundamental a vivência em comunhão com Ele e também entre eles. Aquele que diz: “sem mim, nada podeis fazer” (Jo15,5) é o mesmo que adverte: “Entre vós não deve ser assim. Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve, e quem quiser ser o primeiro entre vós seja o escravo de todos. Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,43-45). Ele constitui doze e os envia em missão.

2. Após a sua ressurreição, Jesus continua saindo ao encontro dos discípulos para consagrá-los na comunidade e como comunidade.

3. A comunidade formada por Jesus Cristo passa a ter uma ligação tão forte com ele que, como afirma S. Paulo, vai fazer parte do seu Corpo. São muitos os membros, mas um só corpo, um só Espírito que age nos membros para que seja edificado o Corpo de Cristo. A imagem do corpo, mostrando a pluralidade, pede necessariamente a complementaridade de seus membros. É o Espírito de Deus que vai suscitando essa variedade de dons, carismas e ministérios a fim de seja vivenciada como fraternidade e não na competitividade. O outro não é um rival. A graça de Deus vai agindo na vida de cada pessoa para que possa acolher o outro como discípulo de Jesus Cristo e membro da comunidade dos seguidores e testemunhas do Ressuscitado. Cultivando a graça da complementaridade, descobre-se a novidade que o Espírito de Deus vai suscitando!

4. Uma das marcas do mundo atual é a subjetividade que se expressa através do destaque à pessoa em sua dignidade, em suas potencialidades e valores, bem como o subjetivismo que coloca, de tal modo a mesma pessoa no centro, que tudo o mais fica relativizado. Então, o trabalho de evangelização precisa levar em conta essa realidade para que possa ajudar as pessoas a realizarem o encontro pessoal com Jesus Cristo e a assumirem a necessária dimensão eclesial que nasce desse encontro. Assim, o(a) discípulo(a) descobre o sentido da pertença à comunidade e vai aprendendo a alimentar aí a fé que passa a iluminar e guiar sua vida na família, na comunidade e na sociedade.

5. “A vida em comunidade é essencial à vocação cristã. O discipulado e a missão sempre supõem a pertença a uma comunidade. Deus não quis salvar-nos isoladamente, mas formando um Povo. Este é um aspecto que distingue a experiência da vocação cristã de um simples sentimento religioso individual. Por isso a experiência da fé é sempre vivida em uma Igreja Particular” (DA 164). Então, é como membro dessa Igreja Particular, participando da vida em comunidade, organizada também como rede de comunidades, que o cristão é chamado a viver como discípulo(a) missionário(a). Essa participação fortalece a experiência de que “a comunhão e a missão estão profundamente unidas entre si... A comunhão é missionária e a missão e para a comunhão” (ChL 32).

6. Como é grande a responsabilidade de todos os evangelizadores(as) hoje, pois, no processo da educação na fé, se torna necessário colaborar para o nascimento e o fortalecimento e dinamização das comunidades. Se estas não existem, de que adianta proclamar que “a vida em comunidade é essencial à vocação cristã”? Este é um dos grandes desafios para o trabalho de evangelização, especialmente na realidade das grandes cidades!

7. Se há uma relação muito estreita entre vocação cristã e vida em comunidade, não será menos forte e exigente para o ministério ordenado a vivência da dimensão comunitária. Eis o que dizem as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil: “O ministério ordenado necessita recuperar sua vivência colegial. O concílio Vaticano II redescobriu a natureza comunitária do ministério ordenado. Essa “comunhão ministerial” deve ser vivenciada, afetiva e efetivamente, em todos os graus do ministério: na colegialidade episcopal e na corresponsabilidade presbiteral no interior de cada Igreja Particular. A forma individualista do exercício do ministério ordenado, além de ser uma traição à sua própria essência, é um dos principais entraves à realização de uma Igreja toda ela responsável pela missão.

8. O presbítero é, antes de tudo, membro de um presbitério e somente em comunhão com ele pode exercer sua tarefa específica. Ao presbitério como um todo, presidido pelo Bispo, e não aos presbíteros separadamente, é confiado o pastoreio da Igreja Particular. Isso não isenta ninguém de sua responsabilidade pessoal. A ação pastoral do presbitério deve ser vivida como expressão de solidariedade fraterna, na qual todos se sentem corresponsáveis pela tarefa comum e, ainda, mais pela vida e ministério de cada um dos irmãos presbíteros. “O ministério ordenado tem uma radical ‘forma comunitária’ e pode ser assumindo apenas como ‘obra coletiva’” (PDV 17) (DGAE 1999-2002, nºs 327 e 328).

9. Aí, já encontramos vários indicativos para a formação dos cristãos leigos e leigas e dos futuros ministros ordenados.



IV Formação: uma necessidade e um desafio

“Jesus então os chamou e disse: “Sabeis que os que são considerados chefes das nações as dominam e os grandes fazem sentir seu poder. Entre vós não deve ser assim” (Mc 10,42-43).



1. Diante da atual sociedade pluralista e secularizada, faz-se necessário reforçar uma “clara e decidida opção pela formação dos discípulos missionários – os membros de nossas comunidades” (DA 276). O processo formativo da iniciação à vida cristã não é exclusivo dos não batizados, mas se estende também aos batizados não suficientemente evangelizados, que constituem a maioria dos católicos em nosso país. Urge, portanto, uma “identidade católica mais pessoal e fundamentada” (DGAE 88).

2. “O discípulo nasce pelo fascínio do encontro com Cristo e se desenvolve pela força da atração que permanece na experiência de comunhão dos discípulos de Jesus. “A Igreja cresce não por proselitismo mas ‘por atração: como Cristo atrai tudo a si com a força de seu amor’. A Igreja atrai quando vive em comunhão, pois os discípulos de Jesus serão reconhecidos se amarem uns aos outros como Ele nos amou (Cf. Rm 12,4-13; Jo 13,34) (DGAE 89).

3. Paulo, o discípulo missionário, compreendeu muito bem a importância e o caminho da formação. Para ele não se trata apenas de ensinar algumas instruções, mas de ajudar as pessoas a fazerem a alegre experiência do encontro com Jesus Cristo para segui-lo em todas as etapas da vida. Por isso, que, trabalhando com afinco para a formação de discípulos de Jesus Cristo na comunidade dos Gálatas, ele afirma: “Meus filhos, por vós sinto, de novo, as dores do parto, até Cristo ser formado em vós” (Gl 4,19). Aí está o ponto fundamental: formar as pessoas para que cheguem a ter a forma de Cristo, o seu modo. Dirigindo-se à comunidade dos Filipenses, o apóstolo ressalta que assumir o seguimento a Jesus Cristo é entrar no mistério de sua encarnação e de sua páscoa, pois despojou-se, assumindo a forma de escravo, assemelhou-se ao ser humano e humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte – e morte de cruz! (cf. Fl 2,5-8).

4. Esse caminho de formação tem por base o conhecimento de Jesus Cristo. “Conhecer Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher” (DA 18). Só o Espírito Santo nos faz entrar no conhecimento de Jesus Cristo, pois se trata de mergulhar em sua vida fazendo a experiência do encontro com ele para nela se alimentar e dela viver. Ele é o protagonista da formação e missão e, conduzindo a pessoa ao encontro com Jesus Cristo, vai trabalhando o seu coração para que possa acolher essa grande graça: seguir o Filho de Deus que, em assumindo a natureza humana, se fez missionário servo e proclama: “Se alguém quer me servir, siga-me, e onde eu estiver, estará também aquele que me serve” (Jo 12,26).

5. Mas, onde está Jesus Cristo, onde encontrá-lo? Ele “está presente na sua palavra, pois é ele quem fala quando na Igreja se lêem as Sagradas Escrituras” (SC 7). Encontramos Jesus Cristo, de modo admirável, na Sagrada Liturgia. Com o Sacramento da Eucaristia, Jesus nos atrai para si e nos faz entrar em seu dinamismo em relação a Deus e ao próximo. O sacramento da reconciliação é o lugar onde o pecador experimenta de maneira singular o encontro com Jesus Cristo, que se compadece de nós e nos dá o dom de seu perdão misericordioso, nos faz sentir que o amor é mais forte que o pecado cometido, nos liberta de tudo o que nos impede de permanecer em sue amor, e nos devolve a alegria e o entusiasmo de anuncia-lo aos demais e decoração aberto e generoso. A oração pessoal e comunitária é o lugar onde o discípulo, alimenta pela Palavra e pela Eucaristia, cultiva uma relação de profunda amizade com Jesus Cristo e procura assumir a vontade do Pai. Jesus está presente em meio a uma comunidade viva na fé e no amor fraterno. Aí Ele cumpre sua promessa: “Onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 20,18). Ele está em todos os discípulos que procuram fazer sua a existência de Jesus, e viver sua própria vida escondida na vida de Cristo (cf. Cl 3,3). Cristo mesmo está nos pastores, que o representam (cf. Mt 10,40; Lc 10,16). Está naqueles que dão testemunho de luta pela justiça, pela paz e pelo bem comum, algumas vezes chegando a entregar a própria vida em todos os acontecimentos da vida de nossos povos, que nos convidam a procurar um mundo mais justo e mais fraterno, em toda realidade humana, cujos limites às vezes causam dor e nos agoniam” (DA 250; 254; 255; 256).

6. “Também o encontramos de modo especial nos pobres, aflitos e enfermos (cf. Mt 25,37-40) que exigem nosso compromisso e nos dão testemunho de fé, paciência nos sofrimento e constante luta para continuar vivendo. Quantas vezes os pobres e os que sofrem nos evangelizam realmente! No reco0nhecimento dessa presença e proximidade e na defesa dos direitos dos excluídos encontra-se a fidelidade da Igreja a Jesus Cristo, O encontro com Jesus Cristos através dos pobres é uma dimensão constitutiva de nossa fé em Jesus Cristo (DA 257).

7. A piedade popular com as festas dos padroeiros, as novenas, as via-sacras, as procissões, as danças e os cânticos do folclore religioso, o carinho aos santos e aos anjos, as promessas, as orações em família, as peregrinações são também lugar do encontro com Jesus Cristo (DA 259). Na vida dos santos, entre estes os apóstolos de Jesus Cristo, encontramos sinais de quem seguiu Jesus Cristo e de sua morte e ressurreição se tornou testemunha. Mas, não podemos deixar de contemplar a vida de Maria, Mãe de Cristo e nossa Mãe querida! Ela se deixou formar pela graça do Espírito Santo e, desse modo, pôde responder: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). “Hoje quando em nosso continente latino-americano e caribenho se quer enfatizar o discipulado e a missão, é ela quem brilha diante de nossos olhos como imagem acabada e fidelíssima do seguimento a Cristo” (DA 270).

8. No processo de formação de discípulos missionários, o Documento de Aparecida ressalta como “o seguimento é fruto de uma fascinação que responde ao desejo de realização humana, ao desejo de vida plena. O discípulo é alguém apaixonado por Cristo, a quem reconhece como o mestre que o conduz e o acompanha” (277).

9. Ainda, destaca cinco aspectos fundamentais que aparecem de maneira diversa em cada etapa do caminho, mas que se complementam intimamente e se alimentam entre si: o encontro com Jesus Cristo; a conversão; o discipulado; a comunhão e a missão (cf. DA 278).

10. A formação do discípulo missionário, pela força do Espírito Santo e da Palavra, “contagia as pessoas e as leva a escutar Jesus Cristo, a crer nEle como seu Salvador e reconhece-lo como quem dá pleno significado a suas vidas e a seguir seus passos”. É e precisa ser formação permanente e dinâmica abrangendo as várias dimensões da vida humana: dimensão humana e comunitária; a espiritual, intelectual e pastoral-missionária (cf. DA 279; 280).

11. Essa formação não pode, em hipótese nenhuma, ignorar a história de cada pessoa, com suas dificuldades, sofrimentos e esperanças muitas vezes escondidas em seu coração. Necessariamente, passa pelo acompanhamento pessoal, seja quando se trata da formação dos cristãos leigos e leigas ou quando diz respeito à formação dos futuros ministros ordenados ou para a vida consagrada.

12. É um processo exigente, pois “quando o impulso do Espírito impregna e motiva todas as áreas da existência, então penetra também e configura a vocação específica de cada pessoa. Cada um das vocações tem um modo concreto e diferente de viver a espiritualidade, que dá profundidade e entusiasmo para o exercício concreto de suas tarefas (cf. 285). “É necessário formar os discípulos numa espiritualidade da ação missionária, que se baseia na docilidade ao impulso do Espírito, à sua potência de vida que mobiliza e transfigura todas as dimensões da existência” (DA 284). É o Espírito Santo quem impulsiona o discípulo missionário para que possa colocar-se sempre a serviço, aprender a dialogar, a dar testemunho de comunhão e anunciar a pessoa e missão de Jesus Cristo.

13. O processo formativo vai acontecendo dentro da realidade do mundo, que é conflitiva e violenta. É em meio a essa realidade vai acontecendo a preparação das lideranças para que possam dar testemunho da fé em Jesus Cristo. É a partir da experiência de celebração, de vivência da fé, de questionamentos, de sofrimentos e esperanças que vai-se dando passos para que seja uma sólida formação em vista do testemunho na realidade da família, do trabalho, da comunidade, da sociedade.

14. A formação dos futuros presbíteros tem uma relação direta com o trabalho de evangelização, ainda mais quando se trata de preparar presbíteros diocesanos. Necessitamos trabalhar para que sejam discípulos missionários de Jesus Cristo que assumiu a natureza humana, “amando os seus até o extremo” e vivenciem o ministério no Espírito de Comunhão Eclesial. É a vida de Jesus Cristo que marca a vida do ministro ordenado a partir de dentro para o serviço ao povo que Deus adquiriu para si pelo sangue de seu Filho (Cf. At 20,28). É necessário que seja aprofundado o sentido da missão que ele recebe, pois esta determina e configura sua identidade. Por isso, a formação não pode se limitar em preparar bons ministros ordenados em vista de cumprirem algumas funções. É toda a vida do ministro ordenado que precisa ser iluminada pela missão que, através do bispo diocesano, ele recebe do próprio Cristo.

15. “Cristo, para continuar no mundo a fazer incessantemente a vontade do Pai mediante a Igreja, atual realmente pelos seus ministros, e assim fica sempre o princípio e a fonte de unidade de sua vida. Portanto, os presbíteros alcançarão a unidade de sua vida, unindo-se a Cristo no conhecimento da vontade do Pai e no dom de si mesmos pelo rebanho que lhes foi confiado. Assim, fazendo as vezes do Bom Pastor, encontrarão no próprio exercício da caridade pastoral o vínculo da perfeição sacerdotal, que conduz à unidade de vida e ação” (PO 14). Nesse momento em que a Igreja enfatiza o discipulado e a missionariedade, é necessário que, na formação, as dimensões pastoral e espiritual possam ganhar maior atenção a fim de que a vida dos futuros presbíteros esteja enraizada de tal modo na vida e missão de Jesus Cristo servo missionário que possam experimentar como o seu amor é sempre a motivação fundamental que sustenta a vida e a missão. Sendo contemplativos na ação, vão aprendendo que a via da missão hoje passa, necessariamente, pelo ir ao encontro das pessoas. Fazendo eles mesmos esse exercício pastoral e motivando grupos, pastorais, movimentos e comunidades para que assumam o dinamismo missionário, o futuro presbítero aprende a ler os sinais da presença do Espírito de Deus, a aprofunda-los à luz da Palavra de Deus, integrar toda essa riqueza na vida de oração pessoal e comunitária e a se perguntar: como ser discípulo missionário hoje?

16. “A conversão pastoral pedida pela Conferência de Aparecida impele-nos a considerar de tal modo a formação dos futuros presbíteros, que possam, com convicção, acolher, no coração, na reflexão e na vida, o profundo sentido de uma Igreja, toda ela, ministerial e missionária. Como convicção, isto não se torna possível sem uma experiência missionária concreta. No processo formativo é indispensável assumir uma pedagogia que valorize e ponha em destaque este novo modo de coordenar e de viver, a fim de que haja efetiva participação dos cristãos leigos e leigas na vida da comunidade e em sua missão evangelizadora” (DGAE 175).